Elefantes mortos com o estômago cheio de plástico são encontrados no Sri Lanka

Pelo menos dois membros de uma manada de elefantes asiáticos morreram neste fim de semana após comer lixo em um aterro sanitário do país
Elefantes plástico
Imagem: Achala Pussalla/AP/Reprodução

Texto: Mack DeGeurin

No Sri Lanka, elefantes asiáticos ameaçados de extinção tem procurado por comida em aterros sanitários há anos, e pelo menos 20 animais da espécie já morreram depois de comer plástico. Infelizmente, mais dois gigantes parecem ter entrado para o grupo após ingerir lixo descartado por humanos no último final de semana. 

De acordo com a Associated Press, o aterro em questão fica próximo da vila de Pallakkadu, na parte leste do país. Um veterinário entrevistado pela AP disse que os dois elefantes mortos engoliram grandes quantidades de polietileno, embalagens de comida e outros plásticos. Para piorar a situação, não havia sinais de alimentos que os elefantes normalmente comem em seus corpos.

Segundo a AP, a degradação do habitat natural dos elefantes tem forçado os animais a migrarem para áreas próximas de centros urbanos. Desesperados por comida, os elefantes entram nos aterros sanitários para tentar a sorte. Mas, ao fazer isso, correm o risco de ingerir coisas que não são próprias para o consumo, como plásticos e objetos afiados. 

Faz pelo menos quatro anos que o governo do Sri Lanka planeja reciclar plásticos em aterros abertos e instalar cercas elétricas em torno de seu perímetro para prevenir essa situação. Só que esses esforços nunca saíram do papel. A vila de Pallakkadu – que coleta lixo de outros nove vilarejos – já teve uma cerca elétrica ao redor de seu aterro. Ela quebrou em 2014 devido a um raio e, desde então, não foi consertada ou substituída. O local também não está reciclando adequadamente seus resíduos.

Elefantes plástico

Imagem: Achala Pussalla/AP/Reprodução

De acordo com o Daily Sabah, o governo do Sri Lanka abriu fossos ao redor de outros aterros sanitários do país para manter os elefantes afastados. A publicação também observou que, conforme o habitat dos elefantes diminui, aumentam os riscos de conflitos entre humanos e animais, já que estes gigantes já estão sendo vistos passando pelas cidades e campos.

Embora esse aterro sanitário do Sri Lanka tenha uma história particularmente notória com a morte de elefantes, está longe de ser o único lugar do planeta em que o lixo se tornou uma iguaria mortal para os animais. P

elo menos oito elefantes morreram em 2016 depois de comer lixo plástico tóxico de um aterro em Victoria Falls, no Zimbábue. Outro elefante com cerca de 20 anos que pesava 3,5 toneladas morreu em 2020 após ingerir plástico na Tailândia. 

O problema do plástico se estende para outros animais selvagens. As tartarugas marinhas são atraídas a comer plástico, em partes porque ele cheira como comida. Os conflitos entre humanos e animais devido a perda de habitat também é um problema encontrado em vários locais pelo mundo. A cidade siberiana de Norilsk, por exemplo, ganhou destaque na imprensa em 2019 após ser constantemente invadida por ursos polares em busca de comida devido a diminuição do gelo marinho.

As histórias angustiantes são um lembrete não apenas de que devemos preservar a natureza, mas também para acabar com a poluição em primeiro lugar. Os esforços relacionados à limpeza só podem ir até certo ponto; a melhor maneira de garantir que os elefantes ou qualquer outra criatura não aparecerão mortos com o estômago cheio de plásticos é cortando o mal direto pela raiz – ou seja, descartando o lixo corretamente.

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