Até 2030, devem existir 43 metrópoles (cidades com mais de 10 milhões de habitantes) pelo mundo. Quanto mais gente, maior a demanda por transporte e maior também a necessidade energética — o que, por tabela, deve ampliar a pegada ambiental humana.
Se a humanidade mantiver o mesmo ritmo de poluição e não rever suas políticas sobre o clima, é provável que as temperaturas da Terra subam entre 4,1ºC e 4,8ºC até 2100. Com isso, cerca de 3 bilhões de pessoas se tornarão refugiados do clima, tendo que deixar seus locais de origem devido às mudanças causadas pelo efeito estufa.
Tentar reduzir as emissões de CO2, explorando um novo nicho de mercado focado em pessoas mais conscientes com a situação do planeta, é um campo que vem sendo mais explorado por empresas automobilísticas. A resposta para isso está em uma transição para os carros híbridos ou totalmente elétricos.
O Giz Brasil participou de um evento sobre o tema realizado pela Stellantis, quarta maior fabricante de carros do mundo, que reúne marcas como Renault, Toyota e Volkswagen.
Momento de transição
Aqueles que desejarem produzir carros no futuro devem focar na transição. É importante que, nos próximos anos, mais carros sejam movidos em conjunto por motores e baterias.
Um carro híbrido leve (mild hybrid), por exemplo, possui uma pequena bateria que atua quando ocorre uma aceleração extra do motor. Essa mudança sutil é capaz de reduzir as emissões de CO2 do veículo entre 7% e 20%.
É possível avançar para os carros híbridos Plug-in, que podem ser recarregados na tomada de uma casa – embora o gasto energético seja alto. Um veículo do tipo é capaz de rodar cerca de 50 quilômetros apenas com autonomia da bateria, sem interferência do motor. Consequentemente, ele gera uma redução das emissões de CO2 entre 50% e 60%.
O carro totalmente elétrico, claro, causa uma redução das emissões de CO2 de 100%. No entanto, esse número leva em conta apenas o poluente emitido pelo veículo. Sua produção não é totalmente sustentável e envolve a liberação de aproximadamente 28% de gás carbônico.
Eletrificação à vista
Os veículos elétricos são movidos por baterias recarregáveis. Estima-se que, até 2030, todos os carros na Europa sejam eletrificados (movidos por plug in ou totalmente elétricos). Nos Estados Unidos, o número de veículos do tipo deve ultrapassar os 50% até o mesmo ano.
Não temos o número exato para o Brasil, mas sim para a América do Sul. Por aqui, mais de 20% dos carros devem ser eletrificados até o final da década.
Felizmente, nosso país se baseia principalmente em matrizes energéticas renováveis. Por aqui, é emitida 1,4 gigatonelada de CO2 por ano, o que é pouco quando comparada as 11,7 gigatoneladas emitidas pela China.
O transporte tem sua parcela de culpa, mas a maior parte da emissão de poluentes no Brasil tem relação com a agropecuária e o uso da terra e florestas. Esse deve ser o foco para a mudança, com os carros elétricos sendo consequência.
Se falarmos nos preços dos carros elétricos, fica ainda mais claro que eles ainda são para um segmento mais “premium” de usuários. O e-2008 GT da Peugeot, lançado neste mês no Brasil, por exemplo, pode ser adquirido por R$ 259.990.
Uma solução futura citada podem ser as células a combustível movidas a etanol. O combustível seria bombeado para dentro das células, sofrendo reações químicas e gerando energia elétrica, que faz a propulsão do motor.
Consequentemente, o único resíduo devolvido à atmosfera pelo cano de escapamento seria o vapor d’água. Ao mesmo tempo, pesquisadores trabalham na substituição dos materiais da bateria por outros mais baratos, aproximando o carro limpo da população.