O filme “Barbie”, de Greta Gerwig, segue quebrando recordes de bilheteria e se aproxima do cobiçado clube de US$ 1 bilhão em bilheteria. Mas em contrapartida, conservadores acusam o filme de ser propaganda de esquerda e até Elon Musk entrou no debate. Recentemente, o CEO da Tesla zombou do longa-metragem estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling.
Por meio do Twitter (ou simplesmente “X” como ele mesmo intitulou), Musk estava respondendo a um meme de “Barbenheimer”, que comparava a rede social antes de ser comprada pelo bilionário com os longas “Barbie” e “Oppenheimer”. Ele escreveu: “Se você der um tiro toda vez que a Barbie disser a palavra ‘Patriarcado’, você desmaiará antes que o filme termine”.
Veja a publicação:
It you take a shot every time Barbie says the word "patriarchy", you will pass out before the movie ends
— Elon Musk (@elonmusk) July 24, 2023
Propaganda de esquerda
Por mais que seja um sucesso de bilheteria, conservadores acusam “Barbie” de ser propaganda de esquerda, como aponta o Hollywood Reporter. O advogado e comentarista político norte-americano Ben Shapiro, por exemplo, viralizou no fim de semana após falar sobre o longa no YouTube por 43 minutos, em um vídeo com 1,6 milhão de views. “É a premissa, politicamente falando, é que homens e mulheres estão em lados opostos e se odeiam”.
“É literalmente a única maneira de você ter um mundo feliz, se as mulheres ignorarem os homens e os homens ignorarem as mulheres”, disse. Ele ainda previu: “[“Barbie” vai] absolutamente cair de um penhasco [nas bilheterias].” Shapiro também ateou fogo em bonecas Barbie em um churrasco em protesto.
Escrevendo para o New York Post, Piers Morgan também opinou: “Se eu fizesse um filme zombando das mulheres como idiotas inúteis, atacando constantemente o matriarcado e retratando todas as coisas feministas como besteiras, eu não seria apenas cancelado, mas sim executado. O longa alcança exatamente o que queria alcançar, e isso é estabelecer o matriarcado como o antídoto perfeito para o patriarcado quando, na verdade, é apenas o mesmo conceito”.
Já o senador do Texas, Ted Cruz, acusou o filme de “beijar o partido comunista chinês”. “Eles querem ganhar dinheiro vendendo o filme na China” por sua suposta inclusão da “linha de nove traços”, disse o senador (que admitiu ainda não ter visto o filme). É importante lembrar que o longa chegou a ser proibido no Vietnã por conta do mapa que favorece a China em suas reivindicações territoriais.
O podcaster Matt Walsh, que fez o doc anti-trans “What Is a Woman?”, apelidou de “o festival de propaganda feminista mais agressivamente anti-homem já filmado”. Ginger Gaetz, esposa do deputado republicano da Flórida, Matt Gaetz, pediu um boicote à “Barbie” criticando ele como “decepcionantemente baixo” e apontando a “energia beta” do Ken de Ryan Gosling.
Sucesso de bilheteria
No entanto, a grande maioria do público que assistiu “Barbie” não parece concordar. Isso porque a produção da Warner Bros. conquistou 90% de aprovação positiva por parte da crítica especializada no Rotten Tomatoes, além de também 90% do público. Na prática, considera-se isso como raro para um título que não é um filme de super-herói ou uma franquia de cinema pré-existente.
Além disso, o longa também conquistou 7,5/10 no IMDb, além de nota A no CinemaScore. Após duas semanas nas telonas, “Barbie” arrecadou US$ 351,4 milhões na América do Norte, tornando-se no quarto maior lançamento doméstico do ano. Globalmente, já arrecadou US$ 750 milhões, sendo o terceiro maior filme do ano. Caso siga dessa forma, será o segundo longa de 2023 a ingressar no clube de bilhões depois do “Super Mario Bros.”, da Universal, com US$ 1,34 bilhão.
Issa Rae, que interpreta a presidente Barbie, disse anteriomente que o objetivo da trama é retratar um mundo onde não existe um ideal único. “Minha preocupação era que parecesse muito branco feminista, mas acho que é autoconsciente. BarbieLand é perfeita, certo? Representa a perfeição. Então, se a perfeição é apenas um monte de Barbies brancas, não sei se alguém pode concordar com isso”, disse Rae.