Na última terça-feira (16), em uma entrevista para o canal de TV CNBC, Elon Musk defendeu seus tweets polêmicos no Twitter, afirmando seu direito à liberdade de expressão. Ele aproveitou o momento para atacar o trabalho remoto.
Conhecido por suas declarações controversas na rede social, Musk afirmou: “Eu digo que quiser. Se a consequência for perder dinheiro, que seja”.
Elon Musk on Tuesday said that if his inflammatory tweets scare away advertisers from Twitter, he will accept that. “I’ll say what I want, and if the consequence of that is losing money, so be it." https://t.co/0Pi3Yl8Jo2pic.twitter.com/rpZ3Ff8Dw0
Essa fala enfática ocorreu como uma reação de Musk, após as críticas que ele recebeu por traçar paralelos entre o bilionário George Soros e o personagem Magneto — sobrevivente do Holocausto e antagonista na franquia “X-Men”.
“Soros está em uma missão para derrubar os alicerces da civilização. Ele tem um desprezo pela humanidade”, compartilhou Musk no Twitter, na terça-feira (16).
Musk, que já criticou Soros no passado, vem enfrentando repercusões negativas após esses comentários. Os críticos argumentam que esses tweets contribuem para uma narrativa contínua de ataques contra Soros. Alex Goldenberg, pesquisador do Network Contagion Research Institute, nos EUA, por exemplo, afirmou que a comparação de Musk faz alusão a estereótipos antissemitas.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel também expressou preocupações sobre os comentários de Musk terem implicações antissemitas.
Em resposta a essas alegações, Musk negou ser antissemita, insistindo que era pró-semita. Por outro lado, Musk já postou — e posteriormente removeu — memes controversos relacionados a Hitler.
Elon Musk: “trabalho remoto é um absurdo”
Em uma conversa sobre as recentes tendências de retorno dos funcionários aos escritórios, Musk fez outras afirmações polêmicas, quando David Faber, da CNBC, mencionou o assunto.
Na entrevista, Elon Musk não poupou críticas ao expressar sua desaprovação. Ele afirmou que o trabalho remoto é “eticamente errado” e “absurdo”. Ele acrescentou que o modelo é injusto com os trabalhadores que não podiam trabalhar em casa.
“Para mim, a ideia de trabalho remoto é um similar à falsa citação atribuída à Maria Antonieta: ‘que comam brioche. Não é apenas uma questão de produtividade. Para mim, é algo eticamente errado”.
"I'm a big believer that people are more productive when they're in person," Elon Musk said Tuesday on the work from home trend. "People should get off their goddamn moral high horse with their work-from-home b*******." https://t.co/W1BjwKobX8pic.twitter.com/FWzVHtZFEH
Musk se referiu aos trabalhadores remotos da indústria tech como a “classe do laptop vivendo em um mundo de conto de fadas” e os acusou de hipocrisia por esperar trabalho presencial de prestadores de serviços, enquanto desfrutavam do privilégio do trabalho remoto.
“As pessoas deviam largar a postura de superioridade moral com a besteira do trabalho remoto”, continuou Musk.
Desde que adquiriu o Twitter, Elon Musk manifestou sua desaprovação das políticas de trabalho remoto. Na Tesla, Musk estabeleceu uma política rigorosa de retorno ao escritório em meados de 2022. O CEO ameaçou os funcionários com demissão se recusassem a cumprir.
A Tesla era supostamente mais receptiva ao trabalho remoto antes da pandemia. No entanto, após a Covid, Musk se opôs fortemente ao trabalho remoto e outras medidas preventivas, como o uso de máscaras. Além disso, a empresa também lutou com o retorno de seus funcionários devido ao espaço e recursos limitados em seus escritórios em San Francisco.
Após adquirir o Twitter, Musk implementou a mesma política rigorosa, enquanto também demitia uma grande parte da sua força de trabalho.
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