Elon Musk fala à BBC que aceita críticas e não bloqueia ninguém no Twitter
O bilionário sul-africano Elon Musk, que é CEO de empresas como a Tesla e o Twitter, não tem uma boa relação com a mídia. Mês passado, ele anunciou que o e-mail da rede social para contato com a imprensa responderia automaticamente qualquer contato de jornalistas com um emoji de cocô.
Musk quebrou o silêncio com a grande imprensa por uma entrevista à BBC na última terça-feira (11). Ele classificou a aquisição do Twitter como “bastante dolorosa”, apesar de afirmar não ter sido ‘esfaqueado’, “como algumas pessoas por aqui”. A fala se refere a Bob Lee, fundador do aplicativo Cash, que morreu após um ataque a faca em São Francisco na semana passada.
“Tenho estado sob ataque constante”, disse. “Não é como se eu tivesse um coração de gelo ou algo assim. Ser alvo de críticas constantes e ataques e isso chegar até você, inclusive pelo Twitter – é difícil, você sabe”.
Musk comentou também sobre sua exposição a críticas e a possibilidade de bloquear haters em suas redes sociais — algo que já fez no passado. “Acho importante obter feedback negativo. Não desligo as respostas e removi toda a minha lista de bloqueios para não bloquear ninguém. Então, recebo muitos comentários negativos. Se a mídia está escrevendo histórias ininterruptas sobre por que você é uma pessoa horrível, quero dizer, você sabe, obviamente incomoda”, declarou Musk.
Perguntado se tinha um relacionamento “estranho” com a mídia, o empresário confirmou. “É uma espécie de relação de amor e ódio, embora possa estar [indo] um pouco mais para o ódio.”
Apesar da postura rude adotada com jornalistas, o bilionário disse ser um defensor da imprensa livre. E do direito de ser alvo de matérias que não sejam apenas para enaltecer sua imagem. “Isso é parte integrante de ter uma situação de mídia livre. Eu realmente fico feliz com o fato de que a mídia é realmente capaz de me criticar regularmente. Sobretudo considerando que em muitos lugares a mídia não pode dizer coisas ruins para pessoas poderosas. Mas acho melhor termos uma situação em que a mídia possa dizer coisas ruins para pessoas poderosas”.