A defesa de Elon Musk entrou com um pedido para retirar um julgamento de um processo de fraude envolvendo a Tesla da cidade de São Francisco, Califórnia, EUA, sob o argumento de que a imagem negativa gerada pela gestão do bilionário no Twitter pode enviezar a decisão do júri.
O julgamento, previsto para iniciar no dia 17 de janeiro, se refere a um processo movido por um acionista da montadora após Musk publicar tweets alegando que estaria à procura de investimentos para fechar o capital da Tesla. Vários acionistas processaram o CEO da empresa, alegando prejuízos em razão da instabilidade no valor das ações ocasionada por suas declarações.
Os advogados do caso argumentam que medidas recentes do mandatário do Microblog, como as demissões em massa que cortaram mais de 50% dos funcionários da empresa, podem influenciar o júri a decidir em favor da acusação, por isso, eles pedem que a audiência seja movida para a cidade de Austin, no estado do Texas.
Musk e Tesla pagaram juntos aproximadamente US$ 40 milhões para extinguir um processo que tramitava na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O bilionário tentou desistir do acordo, mas a solicitação foi negada pela justiça e o compromisso teve de ser cumprido, mesmo a contragosto.
A tentativa da defesa de Musk coloca a Tesla novamente no centro de uma polêmica. Atualmente, a montadora de veículos elétricos passa por uma de suas maiores crises, com queda recorde no valor de suas ações — quase 70% em 2022, sendo 41% só em dezembro–, e desconfiança de acionistas sobre o real foco do CEO, que, ultimamente, parece estar se preocupando mais com o Twitter.
No mês de dezembro, a Tesla ofereceu descontos que chegaram a US$ 7.500 para “queimar estoque” dos modelos “3” e “Y” que ainda não haviam sido vendidos. Internamente, há um temor de que a demanda pelos automóveis da companhia pode estar diminuindo.
