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Elon Musk acha que precisaremos de renda básica universal num futuro sem trabalho

Elon Musk acha que precisaremos de uma renda básica universal no futuro por causa da automação.

Elon Musk acha que precisaremos de uma renda básica universal no futuro por causa da automação.

“As pessoas terão tempo de fazer outras coisas, coisas mais complexas e mais interessantes”, disse ele à CNBC. “Certamente teremos mais tempo para o lazer. E então precisaremos descobrir como iremos integrar um mundo e um futuro com muita inteligência artificial.”

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“No final das contas, acho que precisará existir uma simbiose com uma superinteligência digital”, completou o CEO da Tesla.

O que irá acontecer se os robôs roubarem nossos empregos? É uma questão presente desde o advento da inteligência artificial. Os robôs já eliminaram postos em fábricas, e hoje até os trabalhos considerados “criativos” estão ameaçados com empresas de mídia usando a inteligência artificial para gerar notícias.

“Existe uma boa chance de termos uma renda universal básica, algo do gênero”, argumentou Musk. A renda universal básica consiste em distribuir regularmente uma quantia a cada habitante de uma cidade ou país; isso seria oferecido pelo governo e poderia substituir alguns benefícios sociais.

Como lembra a New Yorker, a renda universal básica melhorou a qualidade de vida, reduziu taxas de hospitalização e manteve jovens na escola numa província canadense nos anos 70. O impacto na taxa de trabalho também foi muito pequeno. Foram realizados outros projetos semelhantes desde então.

Esta é uma ideia que está retornando: a Suíça fez um referendo este ano para distribuir uma quantia anual fixa à população (a proposta foi rechaçada); a incubadora de startups Y Combinator está patrocinando um projeto de renda universal básica em Oakland (EUA); e a Finlândia fará um experimento nesse sentido no ano que vem.

 

Num mundo com uma renda garantida, seríamos definidos tanto pelo nosso lazer, como pelo nosso trabalho. Mas esse paraíso socialista democrático, neste momento, não passa de uma fantasia. Os robôs precisariam tomar conta dos nossos empregos numa velocidade exponencial para o público aceitar uma sociedade na qual todo mundo recebe assistência governamental.

Tecnofuturistas como Murray Shanahan e Ray Kurzweil acreditam que a tecnologia está se desenvolvendo numa curva exponencial, o que significa que estamos nos aproximando rapidamente de um momento em que nossa tecnologia irá nos ultrapassar, ou pelo menos nos tornar obsoletos. Kurzweil acredita que ainda estaremos vivos quando isso acontecer – no ano de 2045 – mas outros especialistas discordam.

Mesmo à medida em que a tecnologia se desenvolve, tenho dúvidas sobre a capacidade do ocidente capitalista passar por uma mudança cultural tão chocante. Claro, os trabalhos se tornarão obsoletos, mas podemos utilizar a tecnologia para inventar novos empregos – especialmente em países nos quais as pessoas são definidas por seu trabalho.

No histórico livro “A Sociedade do Espetáculo” de 1967, o filósofo Guy Debord argumenta que a automação, a epítome da indústria moderna, “confronta o mundo da mercadoria com uma contradição:… a mesma infraestrutura técnica capaz de abolir o trabalho precisa ao mesmo tempo preservá-lo como… o único gerador de mercadorias”.

Debord acredita que quando os mecanismos aumentam a produtividade, “novas formas de empregos precisam ser criadas” antes que o tempo de trabalho caia “a um nível inaceitável”. O que o teórico francês sugere é que, como cultura, nós nos definimos tanto pelo trabalho que continuamos a inventar novas funções quando as antigas se tornam automatizadas.

Musk acredita que a renda básica universal é inevitável. Mas ela não precisa eliminar todos os empregos dos humanos; na verdade, talvez acabemos criando funções novas para nós mesmos.

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