Emergência na Antártida: entenda por que quase 500 cientistas estão em alerta

Recentemente, cerca de 500 cientistas polares se reuniram na primeira conferência de Pesquisa Antártica Australiana, na Universidade da Tasmânia, em Hobart. O objetvo foi discutir os impactos da emergência climática na Antártida e no Oceano Antártico.

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Em uma declaração na última sexta-feira (22), os pesquisadores alertaram que é necessária uma ação política urgente para evitar o derretimento do continente, bem como aumentos alarmantes do nível do mar no mundo, que podem abalar (sobretudo) as cidades costeiras.

Emergência na Antártida

Muitas vezes negligenciada, a região desempenha um papel crítico na regulação do clima da Terra. De acordo com o texto, “em nenhum lugar da Terra há uma causa maior de incerteza nas projeções de elevação do nível do mar do que na Antártida Oriental, no quintal da Austrália.” A camada de gelo no local tem água suficiente para aumentar o nível do mar em quase 50 metros, se derreter. Dessa forma, antecipar a elevação se torna fundamental.

Com o aquecimento global, já são notáveis rápidas mudanças no planeta, tanto em ambientes terrestres quanto marinhos. “Novas pesquisas mostraram níveis recordes de gelo marinho baixo, ondas de calor extremas e aumento da instabilidade em torno das principais plataformas de gelo”, citou a declaração.

Além disso, os pesquisadores ressaltam que não se sabe se os pontos de inflexão da perda descontrolada de gelo já foi atingida. Isso causa um aumento rápido catastrófico do nível do mar nos próximos anos.

A AAPP (Parceria do Programa Antártico Australiano), organização por trás da cúpula, afirma que o nível global do mar já subiu até 10,5 centímetros nos últimos 30 anos. E, caso o mundo aumente suas emissões de gases de efeito estufa, as cidades costeiras do país devem ver um chocante aumento de 80 centímetros no nível do mar até 2100. Os profissionais preveem que o ano marcará o derretimento de todo gelo da Antártida.

Cientistas querem evitar o aumento do nível do mar

Portanto, os cientistas alertam para a necessidade de “definir e atingir metas para”dobrar a curva de carbono o mais rápido possível”. Isso porque, cada ano sem reduzir as emissões – e cada tonelada emitida – aumentam o risco para as gerações futuras.

“Nossa nova geração de pesquisadores está comprometida em resolver essas crises e vê uma oportunidade para todos nós nos envolvermos em projetos sociais voltados para o futuro. Cada fração de grau importa”, pontua o texto.