Empregado da Foxconn descreve a sua vida oprimida dentro das fábricas
Mesmo que você nunca tenha ouvido falar na Foxconn, você com certeza conhece os produtos que ela monta. Grandes e adoradas marcas do hardware, como Apple e Nintendo, confiam nas suas linhas de produção para fazer os gadgets mais desejados do mundo.
Recentemente, o suposto suicídio de Sun Danyong por causa de um iPhone extraviado expôs as práticas brutais da empresa.
Agora um empregado parece ter escrito um relato do que é trabalhar na Foxconn, fazendo horas extras eternas e ganhando um total de US$ 220 por mês. O relato foi publicado no China Labor Watch e, desnecessário dizer, soa mais como um campo de internamento do que uma linha de produção comum:
Eu fui colocado em um dormitório com dez beliches de três níveis, acomodando 30 pessoas. Muitas pessoas se recusaram a ficar lá naquele momento, mas a gerência disse que era de fato muito melhor que os outros dormitórios no local, que acomodavam mais de 100 trabalhadores… O treinamento começa imediatamente no segundo dia que você está lá. Eu imaginei que aprenderíamos primeiro alguns conhecimentos e capacidades operacionais, mas em vez disso fomos educados nas regras, cultura e entendimento do conceito de negócios da Foxconn. A esta altura, acho que é fácil ter certeza que o treinamento é parte da lavagem cerebral da Foxconn. Um supervisor nos contou que trabalhar para a Foxconn requer total obediência. Não é necessário ser inteligente ou capacitado. Depois uma semana de treinamento, nós concluímos que, na Foxconn, nós não deveríamos pensar em nós mesmos como seres humanos; nós somos simplesmente máquinas. Durante a semana, também fizemos um exame de sangue bem simples, um teste de visão e um de pressão, dos quais nunca recebemos os resultados.
Para ler mais sobre uma cultura corporativa que vai ao extremo de multar o empregado por arroz deixado no prato na hora do almoço, clique no link. [China Labor Watch via Silicon Alley Insider]