Empresa alerta que zíperes podem conter substância cancerígena
A YKK Corp., uma das principais fornecedoras de zíperes para marcas do mundo todo, descobriu a presença de substâncias per e polifluoroalquil em seus produtos. Os PFAs foram encontrados na tinta utilizada em alguns zíperes à prova d’água, que são utilizados por empresas como a marca de roupas de esporte, Patagônia, e a VF Corp., proprietária da The North Face.
Atualmente, há estudos que evidenciam a correlação dessas substâncias com problemas de saúde, como o câncer. Ainda não está claro quantas marcas foram afetadas pelos produtos contendo PFAs.
Mas a YKK, como resposta ao acontecido, disse que já consolidou sua nova fonte de tintas para os zíperes.
O que são PFAs
De modo geral, PFAs são uma classe de substâncias químicas comumente utilizadas para tornar produtos antiaderentes à água e à gordura. Dessa forma, acaba impermeabilizando embalagens, roupas, panelas, tapetes, fio dental, alguns cosméticos e muitos outros itens.
No total, há cerca de nove mil diferentes produtos químicos que fazem parte da classificação PFAs. E, por tornarem itens mais resistentes, são hoje o tipo a substância sintética mais fácil de encontrar no mundo.
Contudo, os PFAs também são resistentes em se decompor, de forma que acabam poluindo o ar, a água e a terra. Estudos científicos vêm comprovando que essas substâncias têm efeito prejudicial para a saúde humana e o meio ambiente.
Por exemplo, o ácido perfluorooctanoico, que é um PFAs usado na fabricação do Teflon, foi relacionado a diversas doenças: câncer de rim, câncer testicular, colesterol alto, doenças da tireoide e hipertensão induzida pela gravidez.
Por este motivo, agora há uma crescente reação regulatória contra o PFOA e toda a família de produtos químicos PFAs.
Proibição nos EUA
Nos Estados Unidos, proibições dessas substâncias começam a entrar em vigor nos próximos anos. Dessa forma, empresas que não se adequarem às normas provavelmente terão que retirar seus produtos do mercado, podendo estar sujeitas a penalidades.
Antes desses prazos, as marcas têm realizado testes internos, ajustado suas cadeias de suprimentos e desenvolvido novos materiais livres de PFAs. Por isso, é provável que muitas outras empresas descubram as substâncias em seus produtos nessa fase de testes, assim como aconteceu no caso dos zíperes.
O mesmo movimento vem sendo feito no Canadá, na Austrália e em países membros da Comunidade Europeia. No Brasil, no entanto, não existem muitos estudos sobre a contaminação da população por PFAs e, dessa forma, não há mudança na regulamentação para uso.
Agora, especialistas reforçam a necessidade da indústria trabalhar em conjunto para se livrar desses produtos químicos prejudiciais.