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Empresário brasileiro relata clima dentro do Boeing que soltou peças nos EUA

Os mais de 250 passageiros, a maioria brasileiros, não souberam que o Boeing 777 soltou peças em chamas até que retornassem ao aeroporto de Newark.

Voo de Boeing dos EUA para o Brasil solta peças em chamas no ar; assista

Imagem: JACDEC/Twitter/Reprodução

Por sorte, nenhum dos 256 passageiros do Boeing 777 que soltou peças incandescentes depois de decolar no Aeroporto Internacional de Newark, Nova York, na noite de quarta-feira (21), viu o que aconteceu do lado de fora do avião. 

Os passageiros, a maioria brasileiros, só souberam que havia algo errado quando o piloto anunciou ao microfone que a aeronave passava por problemas mecânicos e precisaria voltar ao aeroporto. O Giz Brasil conversou com um dos passageiros presentes no voo. Acompanhe:

“Não teve tensão. O voo ia normal e o piloto falou que foi avisado pela torre de controle sobre um problema mecânico em uma das turbinas e que precisávamos voltar”, disse o empresário brasileiro Nilton Fernando Trivelato, que estava no voo UA149, que vinha em direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. 

Antes do retorno, o piloto informou que a aeronave precisaria liberar combustível, pois o tanque do avião estava muito cheio. “Eu estava em cima da asa. Olhei pela janela e pude ver os jatos de combustível saindo. Mas, fora isso, ninguém viu nada”, relatou Trivelato. 

Ainda assim, ele agradeceu por nada ter acontecido. “A sensação é de alívio”, riu ao falar ao telefone.

Segundo Trivelato, os passageiros só tiveram a dimensão de que algo mais grave poderia ter acontecido quando chegaram ao aeroporto e viram pelo menos cinco veículos de resgate aguardando o retorno da aeronave, que pousou em segurança. 

“Mas só soubemos disso porque vimos. Até agora, ninguém da United Airlines deu qualquer informação sobre o que aconteceu durante o voo”, disse. 

O que aconteceu 

Um vídeo registrou várias peças em chamas caindo do Boeing 777 logo depois da decolagem, quando a aeronave terminava de recolher seu trem de pouso.

Depois do incidente, os pilotos mantiveram a aeronave em trajetórias circulares de espera a 7,3 mil metros de altitude por quase 50 minutos. Em seguida, o avião voltou ao aeroporto e pousou com segurança. 

O site Aviation Herald apurou que comissários de bordo também teriam visto faíscas saírem do motor e, por isso, optaram por interromper o voo que seguia para São Paulo. Depois do pouso, o voo foi cancelado. 

Uma inspeção inicial teria sugerido que o problema mecânico teve relação com uma das bombas hidráulicas. No dia 2 de setembro, a mesma aeronave teria tido a decolagem rejeitada em um voo à Amsterdã por causa de fumaça à bordo. 

Passageiros embarcaram às 15h 

Os passageiros do voo UA149 embarcaram para o Brasil às 15h (horário de Brasília). Segundo Trivelato, a United Airlines informou cinco horários diferentes de embarque desde o retorno ao aeroporto. 

“Eles nos deram macas e estamos aqui desde ontem. Agora, acabou de ter um princípio de tumulto porque uma pessoa precisava de remédio e estão todos nas malas. Outros estavam indo ao velório da mãe e provavelmente vão perder”, relatou o empresário. 

Imagem: Nilton Fernando Trivelatto/Arquivo pessoal/Reprodução

Em resposta aos questionamentos do Giz BR, a United Airlines lançou o seguinte comunicado: 

“Depois que nossa aeronave teve uma ocorrência mecânica logo após a decolagem, permaneceu no ar para queimar combustível e pousou com segurança. Os passageiros desembarcaram e uma nova aeronave está programada para partir nesta manhã”. 

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