Por sorte, nenhum dos 256 passageiros do Boeing 777 que soltou peças incandescentes depois de decolar no Aeroporto Internacional de Newark, Nova York, na noite de quarta-feira (21), viu o que aconteceu do lado de fora do avião.
Os passageiros, a maioria brasileiros, só souberam que havia algo errado quando o piloto anunciou ao microfone que a aeronave passava por problemas mecânicos e precisaria voltar ao aeroporto. O Giz Brasil conversou com um dos passageiros presentes no voo. Acompanhe:
“Não teve tensão. O voo ia normal e o piloto falou que foi avisado pela torre de controle sobre um problema mecânico em uma das turbinas e que precisávamos voltar”, disse o empresário brasileiro Nilton Fernando Trivelato, que estava no voo UA149, que vinha em direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Antes do retorno, o piloto informou que a aeronave precisaria liberar combustível, pois o tanque do avião estava muito cheio. “Eu estava em cima da asa. Olhei pela janela e pude ver os jatos de combustível saindo. Mas, fora isso, ninguém viu nada”, relatou Trivelato.
Ainda assim, ele agradeceu por nada ter acontecido. “A sensação é de alívio”, riu ao falar ao telefone.
Segundo Trivelato, os passageiros só tiveram a dimensão de que algo mais grave poderia ter acontecido quando chegaram ao aeroporto e viram pelo menos cinco veículos de resgate aguardando o retorno da aeronave, que pousou em segurança.
“Mas só soubemos disso porque vimos. Até agora, ninguém da United Airlines deu qualquer informação sobre o que aconteceu durante o voo”, disse.
O que aconteceu
Um vídeo registrou várias peças em chamas caindo do Boeing 777 logo depois da decolagem, quando a aeronave terminava de recolher seu trem de pouso.
United Airlines Boeing 777-200 (N787UA, built 1996) emit a shower of sparks shortly after getting airborne on runway 22L at Newark-Intl AP (KEWR). Flight #UA149 to Sao Paulo entered a holding pattern about 70 NM southwest of New York and returned to land safely. @aeroxplorer pic.twitter.com/99sZaSqeJd
— JACDEC (@JacdecNew) September 22, 2022
Depois do incidente, os pilotos mantiveram a aeronave em trajetórias circulares de espera a 7,3 mil metros de altitude por quase 50 minutos. Em seguida, o avião voltou ao aeroporto e pousou com segurança.
O site Aviation Herald apurou que comissários de bordo também teriam visto faíscas saírem do motor e, por isso, optaram por interromper o voo que seguia para São Paulo. Depois do pouso, o voo foi cancelado.
Uma inspeção inicial teria sugerido que o problema mecânico teve relação com uma das bombas hidráulicas. No dia 2 de setembro, a mesma aeronave teria tido a decolagem rejeitada em um voo à Amsterdã por causa de fumaça à bordo.
Passageiros embarcaram às 15h
Os passageiros do voo UA149 embarcaram para o Brasil às 15h (horário de Brasília). Segundo Trivelato, a United Airlines informou cinco horários diferentes de embarque desde o retorno ao aeroporto.
“Eles nos deram macas e estamos aqui desde ontem. Agora, acabou de ter um princípio de tumulto porque uma pessoa precisava de remédio e estão todos nas malas. Outros estavam indo ao velório da mãe e provavelmente vão perder”, relatou o empresário.
Em resposta aos questionamentos do Giz BR, a United Airlines lançou o seguinte comunicado:
“Depois que nossa aeronave teve uma ocorrência mecânica logo após a decolagem, permaneceu no ar para queimar combustível e pousou com segurança. Os passageiros desembarcaram e uma nova aeronave está programada para partir nesta manhã”.