
Encontrada a solução para tapar o buraco gigante do Chile

Depois de meses de indefinição, a mineradora Ojos de Salgado finalmente apresentou uma solução para tapar o buraco gigante que abriu em Tierra Amarilla, no Chile. A companhia traçou um plano com seis linhas de atuação que deverão ser executadas ao longo de 2023.
No final de 2022, o sumidouro já chegava a 200 metros de profundidade – muito mais que os 40 metros estimados após a descoberta do buraco, no final de julho. É quase o tamanho do prédio mais alto do Brasil, localizado em Balneário Camboriú (SC).
Segundo informações do jornal AS, o plano é encher o buraco de 36 metros de diâmetro com água e colocar uma espécie de “tampa” por cima. Ali deverão ficar mais de 1,3 milhão de metros cúbicos de água filtrada que vêm do aquífero do Rio Copiapó. A manta aquática está entre os mais afetados pelo excesso de extração mineral.
Em outubro, autoridades chilenas afirmaram que a mineradora modificou o sistema de drenagem das jazidas com a incorporação de piscinas subterrâneas para aumentar a extração. O excesso de água inundou outras minas e causou “danos irreparáveis” ao aquífero.
O plano da mineradora espera que a água que subirá à superfície vai abastecer outros consumidores industriais da região. Em troca, as companhias de mineração pararão de extrair os recursos do aquífero.

Imagem: Sernageomin/Twitter/Reprodução
Prazo final
As linhas de atuação aparecerão em três etapas, sendo elas: 1) identificação das melhores soluções técnicas para os temas prioritários; 2) desenvolvimento de engenharia conceitual, básica e detalhada; e 3) execução de obras.
Para evitar infiltrações, as paredes do buraco serão vedadas e as fontes de trabalho protegidas. Só depois começa o processo de reabertura da mina de Alcaparrosa, onde está o sumidouro. A previsão é que o plano seja concluído em 18 meses – ou seja, até a metade de 2024.
A empresa canadense Lundin, responsável pela operação mineradora, diz que, com a solução, a área que envolve o buraco do Chile ficará “em estado semelhante” ao que existia antes do surgimento.
A fase atual é a de estudos. Somente um setor da mina Alcaparrosa segue em funcionamento – as demais ficarão desativadas até a conclusão das obras. A Lundin detém 80% da atividade de mineração de cobre no local. Os 20% restantes são das empresas japonesas Sumitomo Metal Mining e Sumitomo Corporation.