No Controle da Missão, a hora de matar ou morrer tinha chegado. Era um momento complicado para a equipe, já que o mundo inteiro estava olhando para nós. E no final, dependendo do resultado, seríamos heróis ou fracassados. Em apenas sete minutos, o tempo que leva da entrada atmosférica até o toque no solo, todo aquele trabalho de anos foi colocado à prova. O controle da missão apelidou carinhosamente esse espaço de tempo (fase de entrada, descendência e pouso) de "sete minutos de terror". E isso porque esse povo estava na Terra. Imagine como foi para mim, lá longe, em outro planeta!
Como meu sinal demoraria mais de 15 minutos para chegar à Terra, viajando à velocidade da luz, meu pouso já teria terminado antes do Controle saber se tinha dado certo.
Às 4:46pm (PDT), a primeira indicação que eu tinha entrado na atmosfera marciana foi recebida pelo controle da missão. Durante os sete minutos de tensão, a equipe ficou de mãos atadas, assistindo. Não tinha mais nada que eles pudessem fazer, além de torcer para que as centenas de comandos pré-programados fossem executados corretamente.
No final das contas, minha chegada em Marte foi melhor do que qualquer um poderia esperar. Não que eu tenha pousado perfeitamente, mas meu sinal chegou alto e claro, desde o momento da entrada na atmosfera até o pouso.
Uma fase da minha missão terminava e outra estava começando. Era a hora de abrir meus olhos, ver através do horizonte marciano e rezar para que eu tivesse pousado perto do gelo.
Esta é a parte 2 de uma série escrita pelo nosso mais novo editor-convidado, Phoenix Mars Lander, da NASA, encarando seus dias finais.