A Associação Americana para a Pesquisa do Câncer e a Sociedade de Clínica Oncológica dos EUA publicaram nesta quarta-feira (26) um artigo pedindo a proibição dos cigarros eletrônicos com sabor. Segundo as autoridades americanas, os chamados vapes ameaçam a saúde de adolescentes e jovens adultos, podendo levar ao desenvolvimento de câncer.
Os cigarros eletrônicos foram introduzidos no mercado norte-americano em 2006. O objetivo era fornecer nicotina aos usuários sem queimar tabaco, evitando a liberação de substâncias cancerígenas. Dessa forma, ele serviria como um aliado para que as pessoas parassem de fumar.
Não deu muito certo. Estudos recentes sugerem que os vapes ainda expõem os usuários a agentes nocivos, embora em menor grau. Os cigarros eletrônicos danificam as fitas de DNA, que precisam, então, ser reparadas pelas células.
Esse conserto pode causar mutações, aumentando a predisposição das células de se tornarem cancerosas. Além disso, os vapes parecem causar inflamação e replicação celular, o que pode influenciar no surgimento da doença.
Os sabores são os principais atrativos para que os jovens comecem a usar cigarro eletrônico. Um levantamento de 2020 mostrou que 82,9% dos usuários entrevistados usavam vape com sabor – 73% preferiam o aroma de frutas, 55,8% de menta e 37% de mentol. Em contrapartida, apenas 2,9% dos usuários optavam pelo sabor de tabaco.
A equipe também observou que muitos usuários de cigarros eletrônicos nunca haviam experimentado outros produtos com tabaco, com o vape tornando-os entre três e quatro vezes mais suscetíveis ao uso de produtos nocivos.
As instituições americanas pedem na revista Clinical Cancer Research que os vapes com sabor que contenham nicotina natural ou sintética parem de ser comercializados imediatamente, sendo mantidos no mercado apenas aqueles com o gosto do tabaco. Os cientistas acreditam que a medida diminuiria a busca dos jovens pelo produto e, consequentemente, preservaria a saúde de parte da população.