Epidemia da peste negra na Idade Média alterou o DNA humano
A epidemia de peste negra foi uma das pandemias mais marcantes da história da humanidade. Segundo estudos, além das taxas de mortes (cerca de 50% da população total morreu vítima da doença), a peste bubônica também alterou o DNA humano.
É o que indica um estudo divulgado na revista Nature na última quarta-feira (19). Elabora por antropólogos e geneticistas da Universidade McMaster e da Universidade de Chicago, a pesquisa identificou que a frequência de genes que moldam nosso sistema imunológico foi alterado. Não se sabe se isso é bom ou não para os humanos modernos.
Para chegar a essa conclusão, a equipe de cientistas investigou dados genéticos de mais de 200 pessoas que morreram antes da Peste Negra, durante a pandemia mortal e depois em Londres e na Dinamarca.
A pesquisa sugere que a pandemia foi uma pressão evolutiva seletiva sobre os humanos e mudou a diversidade de variantes genéticas de pelo menos quatro genes do sistema imunológico.
Outros experimentos subsequentes com células imunes sugerem que variantes dos quatro genes protegiam nosso corpo contra a bactéria responsável pela peste bubônica, assim como outros patógenos. Os autores também observam, porém, que alguns dos genes foram associados a um risco aumentado de doenças autoimunes, como doença de Crohn, artrite reumatóide e lúpus.