A ESA (Agência Espacial Europeia) divulgou um áudio em que é possível ouvir o campo magnético da Terra sendo atingido por tempestades solares e rajadas de radiação cósmica. O som é, no mínimo, assustador.
Obviamente, ouvidos humanos não conseguem escutar barulhos no espaço. Porém, a ESA coletou dados de sinais magnéticos do nosso planeta – captados pelos três satélites gêmeos da missão Swarm – e converteram sua frequência em um som audível.
Geralmente, quando as partículas carregadas do Sol interagem com o oxigênio e nitrogênio da nossa atmosfera, parte da energia da colisão é transformada em luz verde-azulada — que é visível da Terra na forma de auroras boreais e austrais. Porém, a ESA demonstrou que também é possível apreciar o fenômeno na forma de som, como no áudio abaixo:
Conforme apontou o Engadget, o som divulgado pela agência espacial parece uma mistura de sinos de vento e madeira chocalhando, além do barulho emitido por terremotos ou geleiras se partindo.
“A equipe usou dados dos satélites Swarm, da ESA, bem como outras fontes, e usou esses sinais magnéticos para manipular e controlar uma representação sônica do campo central. O projeto foi certamente um exercício gratificante de unir arte e ciência”, disse o músico e apoiador do projeto Klaus Nielsen, da Universidade Técnica da Dinamarca.
A força magnética da Terra
O campo magnético do nosso planeta é gerado por um oceano de ferro líquido superaquecido que fica a cerca de três mil quilômetros abaixo dos nossos pés. Ele atua como um gerador de correntes elétricas, o que acaba protegendo a Terra das partículas carregadas transportadas por ventos solares poderosos.
Quando esse campo é atingido pelas tempestades solares, ele se contorce, vibra e deforma, funcionando como uma espécie de escudo planetário contra a radiação. A existência da vida na Terra depende diretamente desse campo magnético.
Lançada em 2013, a missão Swarm, da ESA, tem o objetivo de estudar esse campo magnético, medindo com precisão os sinais magnéticos que derivam não apenas do núcleo da Terra, mas também do manto, crosta e oceanos, bem como da ionosfera e magnetosfera do planeta.