Escola chinesa está testando reconhecimento facial para ver se alunos estão prestando atenção na aula
Pelo menos uma escola na China está testando softwares de reconhecimento facial que escaneia os rostos de estudantes para checar se eles estão prestando atenção nas aulas, conforme noticia o Epoch Times.
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Chamada de “smart eyes“, a tecnologia supostamente fornece dados em tempo real sobre os estudantes, cujos “humores” são categorizados como surpresos, tristes, antipatia, bravos, felizes, assustados ou neutros. A escola Hangzhou Number 11, na província de Zhejiang, tem testado o software desde março, com instrutores da escola dizendo à imprensa estatal que planejam usar o software para alterar seu estilo de ensino.
What else can surveillance cameras do in classroom other than exam supervision? High school in #Hangzhou uses camera to identify students facial expression for class performance analysis and improvement pic.twitter.com/bXolAE7Ev8
— People’s Daily,China (@PDChina) 16 de maio de 2018
Os professores seriam, supostamente, capazes de registrar graficamente a atenção do aluno ao longo do tempo usando o software. Pelo fato de o feedback facial dos estudantes ser acompanhado de horários, os instrutores podem, potencialmente, até mesmo discernir durante quais lições específicas os alunos mais se distraíam.
Não está claro o que acontece quando o software aponta que um estudante não está prestando atenção, ou quando ele está com o humor “bravo” ou “triste”. Seriam suas notas afetadas, seus pais avisados etc? Como um exemplo mais altruísta, no vídeo, um instrutor diz que o software é inteligente o bastante para até mesmo detectar quando um estudante não está se sentindo bem, potencialmente mesmo antes de que um professor possa notar os sinais.
Porém, também não está claro se a tecnologia de fato funciona como propagandeada ou se ela está sendo usada em outros cenários. A reportagem do Epoch Times não inclui informações sobre os fabricantes do software.
O Epoch Times aponta que os estudantes estavam, como todos nós, muito cautelosos com a vigilância contínua, mas, uma hora, passaram a ver o software como normal. Não sabemos se os pais foram consultados antes que o software fosse instalado, mas a reação online na China tem sido amplamente negativa: “Eles [os alunos] não são máquinas de estudo. Qualquer ser humano terá momentos em que suas mentes divagam”, escreveu um usuário na plataforma Sina Weibo.
Nos Estados Unidos, escolas se voltaram para tecnologias de vigilância avançadas, incluindo o reconhecimento facial, com o objetivo de proteger os estudantes. Escolas no Novo México instalaram dispositivos acústicos que respondem ao som de disparos de armas de fogo, enquanto escolas no Arkansas destinaram milhares de dólares a um programa de reconhecimento facial feito para vigiar visitantes.