Desde que sentar-se virou o novo sinônimo do MAL, os escritórios têm mudado para todos os tipos de organização que, em outra época, consideraríamos bizarros: bolas de pilates, mesas para usar de pé (standing desks), mesas com esteiras embaixo. Nada disso, porém, supera em esquisitice (e desconforto) a proposta “O Fim do Sentar-se” do estúdio de design holandês RAAAF, um labirinto de encostas onde sentar-se é estritamente proibido.
Se “O Fim do Sentar-se” fosse apenas uma renderização, uma ficção de design que nos instiga a reconsiderar a má postura, seria uma coisa. Mas não; o escritório foi erguido de fato e é atualmente usado em um espaço artístico de Amsterdã, onde um grupo rotativo de escritores, artistas e filósofos trabalham. Em paralelo, outro grupo, esse de pesquisadores da Universidade de Groningen, estuda o ambiente e deverá publicar os resultados da análise ano que vem.
Em vez de mesas e cadeiras, o espaço é preenchido com barreiras inclinadas para que as pessoas se recostem. Se você achou, pela foto, que o lugar é meio espartano e rígido, bem… o objetivo não era mesmo ser confortável. “Isto poderia ser mais suave, não há espaço nem para minha xícara de café – existe um punhado de coisas que pode ser melhorado, mas não é disso que se trata,” diz à Wired Ronald Rietveld, parceiro do RAAAF. “A coisa mais importante para nós é que ele oferece mais atividade e mais produtividade.”
Ah, a produtividade, obsessão do design de escritórios… Certamente, todo escritório precisa atingir o equilíbrio entre fazer com que os funcionários se sintam em casa e fazê-los se sentirem… você sabe… trabalhando. Mas há alguma coisa sem dúvida estéril no projeto inicial desse “O Fim do Sentar-se”, afinal cada mesa de trabalho é de um branco sem vida, insosso.
Mesas e até mesmo cubículos em toda a sua feiura, permitem-nos fincar a bandeira em pequenos espaços dos escritórios corporativos. Não é exatamente a falta de cadeiras a coisa mais chocante nessas fotos, mas a falta de personalidade no ambiente. [Wired]