Arqueólogos descobriram o esqueleto do que pode ser uma “vampira” na cidade de Bydgoszcz, ao norte da Polônia. A ossada de uma mulher estava enterrada com uma foice sobre seu pescoço e um cadeado no dedão do pé esquerdo em um cemitério do século 17.
Os artefatos seriam formas de impedir que a “vampira” voltasse à vida depois de enterrada. Além da foice e do cadeado, os arqueólogos também encontraram restos do que teria sido um gorro de seda – sinal de alto status social nos idos de 1600.
Esse é o primeiro esqueleto encontrado com artefatos diferentes na Polônia. A hipótese é que a mulher foi marcada como bruxa ou vampira por ter aparência fora do padrão.
“O esqueleto tem os dentes da frente salientes”, disse o professor Dariusz Polinski, que liderou a equipe de arqueólogos da Universidade Nicholas Copernicus, ao site Arkeonews.
No século 17, era comum haver a prática anti-feitiçaria com pessoas mortas – mas não exatamente com uma foice e um cadeado. As formas de proteção incluíam cortar a cabeça ou as pernas dos mortos, colocar o falecido de bruços ou queimá-los e esmagá-los com uma pedra.
“A foice está colocada sobre seu pescoço de tal forma que, se a falecida tentasse se levantar, provavelmente teria a cabeça cortada ou ferida”, relatou Polinski. Já o cadeado fechado no dedão seria um símbolo do fechamento de uma etapa e impossibilidade de retorno.
A descoberta de túmulos medievais perto de Bydgoszcz começou em 2005. Na época, escavações encontraram bens funerários de alto valor, como jóias de prata, pedras semipreciosas, roupas de seda e uma tigela de bronze.
Folclore milenar
Há registros de pelo menos 4 mil anos sobre a existência de criaturas semelhantes aos vampiros. As primeiras especulações vêm da antiga Mesopotâmia, mas também passam pelos povos assírios, gregos, chineses e hebraicos.
Em 1732, relatos em inglês apontam para suspeitas “epidemias” de vampirismo que causaram uma histeria em massa na Europa. O velho continente deu início ao uso dessas figuras na arte a partir do século 19, com obras como o clássico Drácula, de Bram Stoker, lançada em 1897.
O medo dessas criaturas originou diversas formas “criativas” de impedir que voltassem à vida depois de mortas. No início da Idade Média, russos exumavam cadáveres suspeitos e destruíam os corpos na cremação, decapitação ou com uma estaca de madeira no coração.
Na Alemanha, pessoas suspeitas de serem vampiros tinham a cabeça cortada e enterrada entre os pés ou longe do corpo. Também há registro do enterro de cadáveres de cabeça para baixo, com os tendões dos joelhos cortados ou com cruzes sobre o peito do falecido.