Uma equipe de arqueólogos mexicanos encontrou um esqueleto que pode pertencer a um membro do povo indígena Janambre, que se opôs à colonização espanhola no país entre os séculos 17 e 18. A descoberta foi divulgada na última terça (3), pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México.
Os ossos são de um homem entre 35 e 40 anos. Ele estava enterrado a 18 cm de profundidade no centro de um abrigo rochoso localizado no Cânion Huizachal, próximo ao município Ciudad Victoria, no nordeste do México. Junto às ossadas estavam os restos de uma mortalha feita de fibras vegetais e hastes flexíveis de madeira.
No local do enterro, os arqueólogos também encontraram três pontas de flecha, que você vê na imagem abaixo. A descoberta aconteceu depois que o INAH foi notificado sobre possíveis restos humanos no abrigo rochoso e enviou arqueólogos ao local.
O povo Janambre era dos vários povos que existiam no México antes da colonização espanhola. Eles eram caçadores-coletores que habitavam o nordeste do atual país e falavam uma língua não pertencente à família de línguas ameríndias uto-asteca – que se estende da região central dos Estados Unidos até o norte de Honduras.
Mas pouco se sabe sobre este grupo étnico. Não é fácil encontrar vestígios de sua cultura por conta do estilo de vida nômade dos Janambre, que usavam produtos perecíveis em suas andanças pelas cordilheiras de Sierra Madre Oriental.
O esqueleto encontrado no abrigo rochoso pode ser o primeiro indivíduo que permitiria aos arqueólogos conhecer algumas das características físicas dos Janambre. Daí sua importância.
“A descoberta nos permite contrastar os dados arqueológicos com as investigações etno-históricas realizadas no século 20, que destacam a importância dos Janambres na disputa pelo território rebatizado de Nuevo Santander (região do Vice-Reino da Nova Espanha)”, explica o arqueólogo e historiador Carlos Vanueth Pérez, em comunicado.
