Esqueletos de 5 mil anos podem pertencer aos primeiros cavaleiros da história

Cientistas finlandeses analisaram marcas nos ossos de centenas de esqueletos europeus para identificar a prática de andar a cavalo no passado
Arqueólogos podem ter encontrado esqueletos das primeiras pessoas a andar a cavalo na história
Imagem: Michał Podsiadło/Reprodução

Pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, podem ter encontrado os restos mortais das primeiras pessoas que andaram a cavalo na história. Os ossos estavam em sítios arqueológicos no sudeste da Europa e datavam entre 4 e 5 mil anos atrás.

Os corpos foram enterrados em kurgans, um tipo de túmulo construído sobre a sepultura. Eles pertenciam às pessoas da cultura Yamnaya, conhecida pelo pastoreio de gado e ovelhas. 

O povo Yamnaya habitou as estepes da Eurásia entre os anos 3.000 e 2.500 a.C. Segundo o estudo recém publicado na revista Science Advances, eles podem ter sido os primeiros cavaleiros da Terra.

A equipe analisou marcas de desgaste combinadas em ossos específicos para chegar a tais conclusões. Entravam na análise os encaixes do quadril, ossos da coxa e pelve. 

Os cientistas analisaram esqueletos de mais de 217 esqueletos de 39 locais distintos. Desses, cerca de 150 pertenciam ao povo Yamnaya.

O estudo classificou 24 dos corpos como pertencentes a “possíveis cavaleiros”. Nove deles – cinco yamnayas – foram considerados com alta probabilidade de terem sido cavaleiros no passado.

Segundo o estudo, as pessoas não utilizaram os animais em combates, mas sim para transporte. Eles representaram uma virada de chave na história da humanidade, já que os humanos poderiam atravessar grandes distâncias sobre as costas do cavalo, ampliando o uso de terra e também o comércio.

Pode ser que existam cavaleiros ainda mais antigos. Um corpo encontrado dentro de um túmulo do ano 4.300 a.C. trazia quatro das seis patologias de equitação consideradas pelos pesquisadores no estudo. 

Mas esse é um caso isolado, ou seja, não pode ser considerado pelos cientistas para bater o martelo. É preciso analisar mais esqueletos da mesma época para confirmar a prática de equitação nesse passado ainda mais distante.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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