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Esta pílula com câmera promete aposentar exame de endoscopia

Primeiro, o paciente engole a cápsula e se deita em uma maca magnética. Então, o médico controlar os movimentos da pílula usando joysticks

Pílula magnética com câmera NaviCam, da AnX Robotica

Imagem: George Washington University/Divulgação

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, criaram uma pílula com câmera capaz de “navegar” por dentro do corpo sem depender do processo natural de digestão.

Chamada de NaviCam, a pílula de 27 mm foi desenvolvida em parceria com a empresa AnX Robotica, e é equipada com uma micro-câmera com resolução de 640 x 480 pixels.

A novidade pode mudar a maneira como os exames de endoscopia, essencial para analisar diversos casos envolvendo o sistema digestório, de gastrite a câncer. Atualmente, uma câmera ligada a um tubo é inserida na boca do paciente enquanto ele está anestesiado. Além de caro, o exame é invasivo e complexo.

Até então, pílulas com câmera só se movimentavam por conta do processo natural de digestão do corpo e da gravidade, o que levava tempo e nem sempre trazia resultados conclusivos.

Já no caso da NaviCam, o paciente precisa engolir a cápsula e deitar-se em uma maca magnética. Assim, o médico consegue controlar os movimentos da pílula e examinar regiões que estejam incomodando. Ao fim do exame, a pílula passa pelo trato digestivo e é excretada naturalmente.

Teste clínico

A pesquisa contou com a participação de 40 pessoas, com as mais variadas queixas envolvendo o sistema digestivo — como dor de estômago, náusea, inchaço e perda de peso. Eles ficaram em jejum por 12 horas e tiveram apenas que tomar água com simeticona para reduzir o gás do estômago. Dez minutos depois, eles engoliram a pílula para fazer o exame.

O controle da câmera é feito por meio de dois joysticks, sendo que um controla os movimentos e outro controla a rotação. A NaviCam tem um campo de visão de 160º (semelhante ao de uma câmera de segurança) e uma taxa de atualização de 6 FPS. De acordo com os pesquisadores, a câmera teve uma taxa de 95% de visibilidade de lesões e inflamações dos pacientes. Em apenas um caso a câmera apresentou falhas técnicas.

O único porém da NaviCam é que ela não consegue fazer a biópsia dos pacientes, algo possível no exame de endoscopia tradicional. Por isso, a ideia é que a pílula com câmera seja usada apenas para uma análise preliminar, deixando a endoscopia tradicional para casos mais graves.

Outro problema apresentado é que alguns médicos podem ter dificuldade em manipular os joysticks. Isso até pode ser contornado por meio de treinamentos, mas os pesquisadores afirmaram estar trabalhando com modelos de inteligência artificial que possam auxiliar no controle da pílula pelo corpo.

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