Quando os humanos têm bebês, o principal objetivo é cuidar daquele ser, permitindo que ele prospere e dê seguimento a linhagem familiar. No mundo animal, as coisas não são muito diferentes. Os pais cuidam de suas crias, mas as vezes são necessários sacrifícios em prol de um bem maior.
Você já vai entender do que estamos falando. Uma espécie de peixe conhecida como Astatotilapia burtoni, da família dos ciclídeos, protege seus filhotes mantendo-os na boca. Pode até parecer um excesso de zelo, mas metade dos pequenos acabam voltando de outra forma para a barriga das mães.
Um estudo realizado por pesquisadores da Central Michigan University, nos EUA, mostrou que esses peixes podem comer mais de 60% de suas ninhadas para garantir a própria saúde. Após ter os filhotes, as fêmeas de A. burtoni apresentam níveis mais altos de estresse oxidativo no fígado, o que significa que elas produzem mais substâncias químicas prejudiciais dentro das células.
Durante as duas semanas em que as mães estão com os peixinhos na boca, elas também não caçam e nem se alimentam, perdendo peso e imunidade. Porém, a pesquisa recém divulgada na Biology Letters sugere que os filhotes acabam virando presa.
Os pesquisadores observaram mais de 60 peixes, metade com filhotes e o resto sem. Apenas duas fêmeas do grupo com filhotes não apresentou menos peixinhos ao final da experiência.
A equipe também coletou amostras de sangue e fígado das mães. No começo, os peixes com filhotes apresentavam maiores danos no DNA, mas conforme o número de peixinhos caia, o dano hepático também diminuía.
As mães estavam sacrificando seus filhos para melhorar a própria saúde e reduzir o estresse. A equipe sugere que, dessa forma, o peixe garante sua sobrevivência e consegue ter mais filhotes no futuro, alcançando um cenário ideal dentro do mundo animal.