Tecnologia

Este robô aprendeu a dar pontos em feridas na pele; assista

Acompanhe o vídeo em que máquina consegue completar seis suturas em pele artificial; cientistas afirmam que robô pode um dia substituir médicos
Imagem: cottonbro studio/ Pexels/ Reprodução

As suturas, popularmente conhecidas como pontos, fazem parte de diversos procedimentos médicos, desde curativos em cortes profundos até na finalização de cirurgias. Não à toa, é um dos primeiros aprendizados de profissionais da saúde na prática.

Mas… E se um robô pudesse substituir as pessoas nessa tarefa? É o que cientistas da área da robótica da Universidade da Califórnia estão tentando descobrir. 

Eles desenvolveram uma máquina treinada por inteligência artificial e, agora, ela conseguiu fazer algumas suturas por conta própria. Veja no vídeo abaixo.

Desafios da robótica

Na imagem, é possível acompanhar o robô de dois braços completando seis pontos em uma ferida simulada em pele artificial. Para isso, ele passa a agulha no material, de um lado para o outro, mantendo a tensão do fio para evitar que ele se enrole.

“Do ponto de vista da robótica, essa é uma tarefa de manipulação realmente desafiadora”, diz Ken Goldberg, cientista que trabalhou no robô.

De acordo com os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento da máquina, a dificuldade consiste no uso de objetos brilhantes, como a agulha. Elas podem refletir a luz e confundir os sensores de imagem do robô. 

Além disso, as máquinas também têm dificuldade em manusear materiais que são flexíveis. Por exemplo, a pele e o fio da sutura são deformáveis. Dessa forma, mover a agulha entre braços robóticos é um desafio imenso em destreza.

Para superar todas essas dificuldades, o robô tem um par de câmeras para observar bem o ambiente ao seu redor. Uma rede neural treinou a máquina para que aprendesse a usar o controlador de movimento que contém.

Assim, o robô consegue enxergar e planejar os seis movimentos envolvidos no ato de dar um ponto. 

Substituindo humanos?

Embora o avanço seja notável, pesquisadores alegam que o robô ainda está longe de ser utilizado na prática médica. O vídeo mostra um teste bem sucedido, mas a máquina ainda não consegue suturar feridas em regiões arredondadas, como cotovelos, nem a pele de verdade. 

Contudo, eles esperam otimizar o robô o suficiente para que seja útil no futuro. Até hoje, ferramentas tecnológicas apenas são usadas no auxílio de cirurgiões, não para substituí-los.

A iniciativa dos pesquisadores busca não só a otimização do tempo dos profissionais, como a qualidade dos pontos.

“É conveniente para o médico, sim, mas o mais importante é: isso leva a suturas melhores, cicatrização mais rápida e menos cicatrizes?”, questiona Danyal Fer, também envolvido no projeto.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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