Este robô caçador de ovos pode diminuir uso de inseticidas

As moscas-lanterna-pintada são atualmente uma das maiores ameaças às plantações nos EUA, provocando prejuízos milionários todos os anos
robô TartanPest da Universidade Carnegie Mellon
Imagem: Carnegie Mellon University/Divulgação

Uma das maiores pragas atuais nas plantações dos Estados Unidos ganhou um inimigo à altura. Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, desenvolveram um robô autônomo capaz de encontrar e destruir ovos depositados pela mosca-lanterna-pintada, que há quase dez anos vem causando prejuízos milionários no país.

O robô, chamado de TartanPest, aprendeu com inteligência artificial a detectar os ovos do inseto na natureza. De acordo com os pesquisadores, eles utilizaram 700 imagens disponíveis na plataforma iNaturalist para ensinar o software a reconhecer os ovos.

O robô ainda conta com um braço mecânico que é capaz de raspar os ovos de troncos de árvores, pedras e superfícies de metal. Para se locomover, o TartanPest foi colocado sobre o chassi de um mini trator, que permite trafegar por terrenos de difícil acesso.

Criado em um projeto de alunos de robótica da universidade, o TartanPest não deve chegar ao mercado tão cedo. Porém, seus alunos acreditam que o robô pode ajudar a eliminar a praga de maneira mais eficiente e sem a necessidade de recorrer a agrotóxicos.

Confira o vídeo:

“Atualmente, as moscas-lanterna-pintada estão concentradas na parte leste do país, mas há previsões de que elas podem se proliferar por toda a nação”, disse Carolyn Alex, pesquisadora que participou do projeto. “Investir no problema agora é uma maneira de evitar maiores prejuízos no futuro.”

Qual o prejuízo sem o robô

Estimativas apontam que a mosca-lanterna-pintada tem causado prejuízos anuais de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) apenas no estado da Pensilvânia. Nativa da Ásia, a espécie chegou aos EUA entre 2013 e 2014, possivelmente vindas em pedras ornamentais importadas da região. Desde então, a praga vem sendo uma das maiores dores de cabeça dos agricultores norte-americanos.

Com o tamanho semelhante ao de uma mariposa, as moscas-lanterna-pintada agem em bandos, tendo como principal alvo plantações de soja, vinhedos, macieiras e madeiras nobres. Logo após atacarem uma planta, elas deixam para trás uma substância gosmenta que impede a fotossíntese e atrai fungos.

Ela produz de 30 a 50 ovos por vez a cada ninhada. Dessa forma, ela costuma desovar em setembro, no outono do hemisfério norte, para que eles sejam chocados por volta da primavera. Os ovos são bastante resistentes ao frio, aguentando temperaturas de até −15°C.

Como a mosca-lanterna-pintada não possui predadores naturais nos EUA, a solução encontrada pelos estados atingidos foi ordenar a matança indiscriminada do inseto.

O governo de Nova York, por exemplo, chegou a lançar uma campanha para que a população destrua o inseto adulto ou seus ovos sempre que encontrá-los. Os cientistas, porém, admitem que essa é uma medida paliativa até que uma solução melhor apareça.

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Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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