o Uma revisão científica revelou que o consumo de energéticos está associado a um aumento no risco de problemas de saúde mental em crianças e jovens. Por exemplo, sintomas de depressão e ansiedade podem ter uma correlação com a ingestão em excesso dessas bebidas.
Embora seja um estudo observacional, é considerado pelos pesquisadores como o mais abrangente até o momento. Os resultados foram publicados na revista Public Health.
Entenda o contexto
Em geral, os energéticos possuem altas doses de cafeína e açúcar ou adoçantes artificiais. Além disso, também costumam conter outros ingredientes que fornecem energia, como taurina, guaraná, inositol ou creatina.
No entanto, a quantidade dessas substâncias pode ultrapassar os limites saudáveis. De acordo com um estudo de 2015, uma bebida energética geralmente contém de 80 a 150 miligramas de cafeína em cerca de 240 mililitros. Enquanto isso, uma xícara de café coado contém, em média, cerca de 95 miligramas.
Como agravante do cenário, esse tipo de líquido é mais consumido entre pessoas de 13 a 35 anos, especialmente do sexo masculino. Frente a necessidade de compreender quais os efeitos dessas bebidas no desenvolvimento de uma pessoa, cientistas realizaram uma revisão bibliográfica extensa.
O que diz a nova pesquisa
No total, os pesquisadores analisaram dados de 57 estudos. Entre eles, acompanharam informações de mais de 1,2 milhão de crianças e jovens, com origem em 16 países.
Assim, encontraram uma relação entre o consumo de energéticos e a incidência de problemas de sono, pressão alta, índice de massa corporal (IMC) acima da média, dieta inadequada, palpitações cardíacas e problemas dentários.
Além das consequências físicas, também identificaram que a ingestão corriqueira desse tipo de líquido poderia desencadear alterações psicológicas. Como por exemplo, sintomas depressivos, ansiedade, estresse grave, TDAH, distúrbios alimentares e aumento do risco de pensamentos suicidas.
Por fim, a revisão dos artigos também permitiu identificar que o consumo de energéticos aumentam a probabilidade de comportamentos de risco. Por exemplo, fumar, beber álcool e usar outros tipos de drogas.
“A evidência é clara de que as bebidas energéticas são prejudiciais para a saúde mental e física de crianças e jovens, além de seu comportamento e educação”, afirmam os autores no artigo.
Para eles, é necessário agir por meio de políticas públicas. Por exemplo, o Reino Unido proibiu a venda de energéticos para crianças menores de 16 anos desde 2018.