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Estudo descobre que machos e fêmeas de “besouros rola-bosta” dividem trabalho

Cooperação em besouros-rola é considerada um exemplo raro de animais trabalhando juntos para transportar objetos sem um destino determinado

Pesquisadores, liderados pela cientista Claudia Tocco, da Universidade de Lund (Suécia), observaram um comportamento cooperativo notável entre besouros-rola sul-africanos, popularmente conhecidos como “rola bosta”. Quando confrontados com obstáculos, essas duplas de besouros-rola sincronizam meticulosamente suas ações.

Os machos assumem a liderança de cima, agarrando a bola de esterco com suas patas dianteiras enquanto se movem para trás, enquanto as fêmeas executam uma posição de cabeça para baixo, empurrando a bola para fora do chão com suas pernas.

Essa cooperação sem precedentes em besouros-rola é considerada um exemplo raro de animais trabalhando juntos para transportar objetos sem um destino pré-determinado.

Ao contrário de formigas e aranhas sociais, que coordenam movimentos em direção a objetivos específicos. Casais de besouros-rola embarcam em sua jornada com a bola de esterco sem saber onde ela terminará. Isso, em teoria, dificultaria a tarefa de coordenar as ações.

O besouro Digitonthophagus gazella, vulgarmente conhecido no Brasil como rola-bosta-africano, pertence à família Scarabaeidae, a quinta maior em número de espécies dentre os besouros.

O nome vem do fato do besouro africano ser coprófago, ou seja, se alimentam de fezes. O tamanho do corpo varia entre 7–13 mm de comprimento.

O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B.

Como a pesquisa com os besouros foi feita

A cientista conduziu experimentos com esterco de vaca, comparando a eficiência de besouros solitários e pares acasalados ao superar obstáculos de alturas variadas.

O estudo revelou que, em terrenos planos, pares rolavam a uma velocidade semelhante aos machos solteiros. Mas o trabalho das duplas superavam os “solteiros” quando encontravam com obstáculos.

Por exemplo, na presença de paredes de até 9cm de altura, os machos escalavam e arrastavam a bola, enquanto as fêmeas adotavam a posição de cabeça para baixo, empurrando com as pernas para levantar a bola do chão.

Acima de tudo, a capacidade de cooperação dos insetos chamou atenção dos cientistas. Imagem: Proceedings of the Royal Society B/Reprodução

Como é feita essa coordenação entre as duplas de besouros-rola permanece um mistério. Eles têm cérebros menores que um grão de arroz, desafiam a compreensão quanto à forma como se comunicam e sincronizam ações na ausência de um destino compartilhado.

Apesar da incerteza em torno de seus métodos de comunicação, a pesquisa destaca a eficiência e rapidez dos besouros-rola em dupla ao superar obstáculos. Nesse sentido, esta descoberta adiciona um capítulo fascinante à nossa compreensão do comportamento animal.

Assim, mostrando as notáveis habilidades dessas duplas de besouros-rola para navegar por desafios, superar obstáculos. E, no processo, desvendar os mistérios da coordenação no mundo dos insetos.

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