Estudo em enterro na Itália mostra o que bebês usavam há 10 mil anos
Uma pesquisa realizada na Itália trouxe importantes informações sobre os cuidados com os bebês há 10 mil anos. O estudo traz luz à forma como as crianças eram cuidadas na pré-história e como elas eram ligadas socialmente à sua comunidade.
Realizada na caverna de Arma Veirana, no norte da Itália, a pesquisa liderada por Claudine Gravel-Miguel, da Universidade do Arizona, tinha como objetivo compreender com eram feitos os sepultamentos de bebês naquela época. Uma bebê do sexo feminino, apelidada de Neve, foi o foco da análise.
Para isso, foram utilizadas técnicas de análise de conchas marinhas perfuradas — usadas como ornamentos nas sepulturas — e fotogrametria 3D de alta definição dos sepultamentos. O objetivo foi documentar como os enterros ocorreram e como as conchas eram usadas pela comunidade na vida e na morte.
Entre as descobertas, foi possível identificar o uso de pedaços de couro e tecido para costurar contas de conchas e embrulhar Neve para seu enterro.
Um ponto de atenção é que as conchas não apresentavam forte sinal de uso, o que sugere que as contas foram usadas por outra pessoa da comunidade de Neve e entregues a ela. A hipótese é que as contas de concha foram dadas ao bebê em vida para protegê-la do mal.
Porém, como a menina veio a falecer, a comunidade entendeu que as conchas falharam e que seria melhor enterrá-las junto com a Neve.