Estudo mostra que 98% das conversas não terminam quando as pessoas gostariam

Segundo os pesquisadores, esse é um exemplo clássico de algo chamado “problema de coordenação”, que resulta das regras sociais que seguimos.
Crédito: Etienne Boulanger/Unsplash

Você provavelmente já se viu preso em alguma conversa que parecia não ter fim. Em outros casos, talvez você sinta que o papo estava bom demais e acabou mais cedo do que você gostaria. Seja como for, saiba que você não está sozinho — um estudo de Harvard descobriu que 98% das conversas não terminam no momento que as pessoas gostariam.

A pesquisa foi feita com 992 participantes, que se dividiram em pares para que os cientistas analisassem suas conversas. O resultado foi que apenas 2% delas terminaram quando ambos queriam. Segundo os autores do estudo, esse é um exemplo clássico de algo chamado “problema de coordenação” e que ocorre porque as pessoas tendem a esconder o que realmente desejam em uma tentativa de não parecerem rudes.

Existe uma série de regras que determinam o fluxo de uma conversa. Mesmo nos casos mais informais, essa “etiqueta” costuma ser obedecida sem que as pessoas sequer percebam. Assim, um bate-papo pode ser visto como uma atividade cooperativa, que envolve a harmonia entre as duas partes, assim como uma dança.

Cada passo é uma resposta a determinadas “dicas” oferecidas pela outra pessoas. Os sinais podem ser sutis, como um desvio de olhar, a linguagem corporal ou uma expressão facial. Tudo isso pode mudar o curso de uma conversa, distanciando-a ou aproximando-a do seu fim.
Algumas expressões também tornam as intenções do conversador mais claras, como o famoso “enfim” ou “então, tá” — ações conhecidas como “rotinas de encerramento”.

Essas regras sociais também são utilizadas para iniciar uma conversa. Se você quer convidar alguém para almoçar, por exemplo, é comum optar por um “você já almoçou?”, principalmente quando a relação não é muito próxima. Essas ações ilustram como algumas conversas acabam se estendendo devido a tais formalidades.

No caso das conversas que acabam cedo demais, isso ocorre quando uma das pessoas interpreta um sinal de forma equivocada. Por exemplo, um “enfim” não significa necessariamente que a pessoa está pronta para encerrar o assunto e seguir com a sua vida. Por outro lado, essas mesmas “rotinas de encerramento” podem dar início a uma série de outras regras sociais para finalizar uma conversa e que acabam estendendo a interação de forma desnecessária.

Por mais que essa dança não termine da forma sincronizada como gostaríamos, são essas regras não ditas que permitem a boa convivência entre as pessoas, sem que nenhum lado se sinta ofendido. Talvez, apenas um pouco mais entediado do que gostaria.

[Science Alert]

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