Estudo mostra aterrissagem descontrolada de sapinhos brasileiros da Serra do Mar

Anfíbios do gênero Brachycephalus são bem menores do que seus "primos" de outras espécies. E isso, segundo mostrou uma pesquisa com participação brasileira, compromete a qualidade de seus saltos
Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

O título de menor vertebrado do mundo pertence a uma espécie de sapo que vive na região da Serra do Mar, que abrange desde o sul da Bahia até o norte de Santa Catarina. Trata-se do grupo de sapinhos do gênero Brachycephalus. 

Um artigo publicado recentemente na revista Science Advances trouxe uma curiosidade sobre esses anfíbios: eles têm dificuldades de se equilibrar durantes os saltos.

Os sapos em miniatura acabam perdendo o controle de sua trajetória no meio do salto, fazendo piruetas desajeitadas pelo ar antes de seu pouso forçado.

O estudo contou com a coleta de animais em campo e a análise dos sapinhos vivos no Laboratório de Dinâmica Evolutiva e Sistemas Complexos (PieLab), na Universidade Federal do Paraná.

No laboratório, eles eram filmados pulando em câmera lenta. Além disso, os pesquisadores da Universidade da Florida geraram o modelo 3D dos indivíduos que pertenciam às mesmas espécies gravadas em laboratório.

O artigo é resultado de quatro anos de pesquisas, e envolveu instituições de três países. Ele é o primeiro registro de que a “miniaturização” pode causar perda do equilíbrio em vertebrados. Miniaturização, em linhas bem gerais, significa ter um corpo menor do que outras espécies não muito distantes, evolutivamente falando. Com a palavra, o pesquisador,

“O processo de miniaturização consiste na redução do corpo do animal. O mais interessante é que o grupo de sapos mais próximo da Brachycephalus, o gênero Ischnocnema, é composto por sapos de até 10x o tamanho dos ‘primos'”, explicou, em entrevista ao G1, André Confetti, doutorando em zoologia na UFPR (Universidade Federal do Paraná) que é coautor do artigo.

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“Isso nos indica que, ao longo da história evolutiva dos Brachycephalus, os sapinhos foram diminuindo de tamanho até chegar no tamanho das espécies atuais”, completou.

 

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