Estudo mostra como a gravidez afeta o cálcio nos ossos de primatas
Pesquisadores da Universidade de Nova York, nos EUA, mostraram como a gravidez pode deixar danos permanentes no esqueleto de primatas. O estudo foi realizado em macacos fêmeas da espécie Macaca mulatta, mas pode fornecer pistas sobre o corpo humano.
Alguns fatores, como a menopausa e o avanço da idade, podem levar a perda da densidade óssea. Esses, no entanto, não são os únicos. Evidências sugerem que, durante a gravidez, o corpo da gestante extrai cálcio de seus ossos, revertendo o mineral para o leite que será oferecido ao recém nascido.
O nutriente é facilmente recuperado, mas sua oscilação deixa marcas eternas. No estudo publicado na revista Plos One, os pesquisadores compararam sete macacos que faleceram de forma natural. Quatro deles eram fêmeas e duas haviam tido filhotes durante a vida.
A equipe analisou especificamente os ossos do fêmur e encontrou mudanças que só poderiam ter sido causadas pela gravidez e lactação. Segundo o estudo, as fêmeas que engravidaram tinham composição óssea relativamente diferente, apresentando um menor teor de cálcio, fósforo e magnésio.
Enquanto as mudanças observadas na densidade de cálcio e fosfato foram relacionadas ao parto, a equipe ligou o declínio no teor de magnésio à amamentação. Os autores acreditam que os resultados sejam um sinal de que ocorre a reabsorção óssea durante a reprodução.
De toda forma, mais estudos são necessários para confirmar a hipótese, preferencialmente com mais espécimes sendo analisados. Além disso, a equipe pretende abordar no futuro primatas selvagens, com o objetivo de confirmar se o padrão se repete na natureza.