A eleição de 2022 decidiu o novo presidente do Brasil. O último pleito também escolheu os governadores de cada estado, senadores, deputados federais e estaduais.
Antes do povo ir às urnas, foi possível acompanhar as campanhas eleitorais dos candidatos na televisão e também nas redes sociais. Mas será que esse esforço prévio é capaz de mudar a cabeça da população?
Foi isso que pesquisadores da HEC Montreal, no Canadá, e da Universidade de Harvard, nos EUA, resolveram investigar. Em um estudo publicado no The Quarterly Journal of Economics, os cientistas mediram o impacto geral das campanhas eleitorais e concluíram que os debates transmitidos na TV interferem pouco na escolha do eleitor.
Na verdade, o que realmente pode mudar a cabeça da população são as informações recebidas por outras fontes — como a mídia, ativistas políticos e outros cidadãos.
Para chegar a essas conclusões, a equipe analisou dados de pesquisas de 62 eleições feitas na Áustria, Canadá, Alemanha, Itália, Países Baixos, Nova Zelândia, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos desde 1952.
Os pesquisadores compararam quem os eleitores disseram que votariam antes da eleição e em quem eles realmente votaram. Ao final, o estudo concluiu que 17% a 29% dos eleitores decidem seu voto durante os últimos dois meses de campanha.
Os eleitores mais jovens e menos instruídos são mais influenciados pelas campanhas, enquanto os eleitores que se identificam fortemente com um partido são menos influenciados.
As crenças dos eleitores sobre as posições e qualidades dos candidatos é o que costuma motivar a mudança de voto. No entanto, a equipe observou que as preferências políticas dos eleitores costumam se manter estáveis ao longo da campanha.
Segundo o estudo, os debates televisionados são praticamente irrelevantes para os eleitores. Por mais que haja uma grande comoção para assisti-los, eles não parecem influenciar significativamente na escolha.