EUA x Google: julgamento começa nesta terça (12); entenda o que está em jogo
O Google está no banco dos réus. Nesta terça-feira (12), a Justiça dos EUA inicia o julgamento de uma ação que acusa a empresa de utilizar práticas de monopólio para sufocar concorrentes e estabelecer seu mecanismo de busca como o mais popular do mercado.
Caso saia derrotado, o Google pode ter sua influência no mercado da tecnologia limitada. Isso poderia beneficiar pequenas empresas do setor que tentam crescer em meio às grandes corporações já estabelecidas há décadas.
Controlando cerca de 90% do mercado de busca no país, a empresa também é acusada de firmar acordos com outras companhias do ramo, como Apple e AT&T. Segundo a ação, elas recebem parte da receita gerada pela veiculação de publicidade para transformar sua ferramenta de busca em um padrão de navegadores e provedores de internet.
O Departamento de Justiça dos EUA conduziu uma longa investigação que durou aproximadamente três anos. O órgão concluiu que a companhia utilizou sua posição de poder para construir um império bilionário. Ele abrange mecanismos de pesquisa, sistema de armazenamento em nuvem e plataforma de veiculação de vídeos.
Julgamente histórico
Por outro lado, o Google se defende alegando que os acordos com as empresas parceiras não estabelecem nenhum tipo de exclusividade. A empresa também destaca que os usuários podem optar pelos buscadores de sua preferência apenas alterando os ajustes das ferramentas de pesquisa em seus navegadores favoritos.
Além disso, a empresa cita outras ferramentas que o público pode utilizar para buscar conteúdos de entretenimento e outros tipos de produto, como TikTok e Amazon. Embora não ofereçam sistema de busca de propósito geral, também possuem uma alta parcela de usuários.
O julgamento vem sendo tratado no país como um evento histórico. Desde 1998, por exemplo, uma big tech não ocupa o banco dos réus em um processo por monopólio de mercado. Na ocasião, a Justiça processou a Microsoft por supostamente se aproveitar de sua posição de poder para obter vantagens mercadológicas.
A empresa co-fundada por Bill Gates precisou prestar esclarecimentos às autoridades norte-americanas. Isso porque a empresa exigia que fabricantes de computadores com sistema Windows disponibilizassem apenas o finado Internet Explorer como navegador único em suas máquinas.
De acordo com o The New York Times, a justiça proibiu a exigência e quaisquer tipos de retaliação da Microsoft contra suas parceiras em caso de disponibilização de browsers de concorrentes. Este fato abriu espaço para a popularização de outros navegadores de outras grandes empresas do setor, como o próprio Google, por exemplo.