Exoplanetas encolhendo: estudo da NASA revela o possível motivo
Alguns exoplanetas parecem estar perdendo as suas atmosferas e diminuindo de tamanho. Em um novo estudo, feito com dados do Telescópio Espacial Kepler, da NASA, os astrónomos encontraram evidências de uma possível causa desse fenômeno curioso.
Segundo a nova pesquisa, divulgada na última semana, os núcleos destes planetas estão afastando as suas atmosferas de dentro para fora. O evento foi nomeado de “perda de massa alimentada”.
A perda de massa de dentro para fora ocorre quando a radiação emitida pelo núcleo quente de um planeta empurra a atmosfera para longe do planeta ao longo do tempo. Aí, então, essa radiação empurra a atmosfera por baixo.
Lacuna de tamanho nos exoplanetas
Os exoplanetas, nome dado aos planetas de fora do nosso Sistema Solar, existem nos mais variados tamanhos e composições. Mas há anos os cientistas repararam que há uma “lacuna de tamanho” de planetas que têm entre 1,5 a 2 vezes o tamanho da Terra. Isso significa que existem menos planetas deste tamanho do que a média geral sugere.
A pesquisa propõe que essa lacuna não acontece por acaso, e que há algo acontecendo que impede os planetas de atingir ou permanecer neste tamanho intermediário.
Segundo o estudo, esta perda acontece quando o planeta não tem massa suficiente e, portanto, força gravitacional, para manter a sua atmosfera.
Assim, os planetas de duas vezes o tamanho da Terra, que não são massivos o suficiente, encolhem para aproximadamente o tamanho da Terra. Isso deixa uma lacuna entre os dois tamanhos de planetas. Em que momento da história dos exoplanetas isso começa a acontecer? Não se sabe ao certo.
Outras hipóteses
A outra explicação para a lacuna planetária é a fotoevaporação. Ela acontece quando a atmosfera de um planeta é essencialmente destruída pela radiação quente da sua estrela hospedeira.
Neste cenário, a radiação de alta energia da estrela age como um secador de cabelo sobre um cubo de gelo. Essa explicação, entretanto, não foi confirmada pela pesquisa.
A equipe de cientistas passou mais de cinco anos construindo o catálogo de candidatos a planetas necessário para o estudo. Mas a pesquisa está longe de estar completa, já que as descobertas provavelmente serão postas à prova por estudos futuros antes que alguém possa declarar o mistério desta lacuna planetária resolvido de uma vez por todas.