O Google Glass pode até parecer futurista – e um pouco assustador – mas o seu conceito não é tão atual assim. Há pelo menos 12 anos um aparelho bastante parecido foi criado e usado no Pólo Sul.
Como assim? Em 2001, na Antártica, uma equipe de exploradores usou um computador vestível para ajudar nas pesquisas. As suas especificações técnicas hoje não parecem nem um pouco impressionantes, principalmente em comparação com o Glass do Google, mas, considerando a época em que ele foi desenvolvido, era bastante surpreendente.
O “South Pole Wearable” (era assim que ele era conhecido) rodava Windows 98, um “mouse no dedo” para controlar, um teclado no pulso e tinha uma tela de vidro. Ele tinha um software para compartilhar informação e fotos, e usava energia solar.
O kit completo – que não incluia apenas os óculos, mas também vários equipamentos para ajudá-lo a funcionar – era bem pesado: tinha quase 7 kg.
Uma das cientistas da época foi Tina Sjogren, que falou sobre a experiência de 12 anos atrás e comparou com o atual dispositivo do Google – a diferença entre os dois está no conceito.
Nós usamos um computador em nossos quadris, com um mouse no bolso, e um pedaço de vidro era a tela. Não fizemos isso para nos mostrar, mas sim porque não tínhamos outra escolha
“Nós demoramos meses para fazer o aparelho funcionar. Criar novos cabos e mudar a bios viraram tarefas diárias”, explicou Tina.
Na época a tecnologia usada pela equipe até ganhou alguma atenção, mas nada perto do Google Glass atualmente. Mas Tina não acha que isso é um problema. Ela acredita que o momento é perfeito para o projeto do Google – ela mesmo queria testá-lo, mas não recebeu resposta da empresa para isso. [ExplorersWeb via TechCrunch]
Imagens via Tina e Tom Sjogren