Na última segunda-feira (7), os sinais de rádio e de navegação foram interrompidos por um fenômeno astronômico. A Terra foi atingida por uma gigantesca explosão solar, causando um blecaute nas transmissões de rádio de ondas curtas na região do Oceano Pacífico e da América do Norte e Central.
Dados da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) mostram que a explosão foi a mais intensa desde 2002.
“O X1.5 Flare causou evento de blecaute de rádio do tipo R3 (forte) no lado iluminado da Terra (maior parte dos EUA, Canadá e Oceano Pacífico). Frequências abaixo de 5 Mhz foram as mais afetadas e os sinais de navegação degradados”, afirmou o físico solar Keith Strong, em um post no X, revelado pelo Space.
As erupções solares mais intensas pertencem à classe X. De acordo com a missão Solar Dynamics Observatory, da NASA, esta é a segunda explosão proveniente da mancha solar batizada como AR3386, em apenas três dias. O AR3386 é o maior e mais ativo grupo de manchas solares atualmente visível no disco do Sol.
The X1.5 Flare caused an R3 (strong) radio blackout event on the daylit side of the Earth (most of the US and Canada and the Pacific Ocean). Frequencies below 5Mhz were most affected and navigation signals degraded. pic.twitter.com/o474cptLT5
— Keith Strong (@drkstrong) August 8, 2023
A cada 11 anos, o Sol entra em uma fase de alta atividade e as erupções se tornam mais intensas e frequentes. A expectativa é que essas explosões atinja seu nível máximo no ano que vem.
O que são explosões solares?
Mudanças no campo magnético do Sol causam explosões de energia na superfície da estrela. Elas lançam uma grande quantidade de radiação e partículas para o espaço.
Essas explosões ocorrem nas manchas solares, chamadas pelos pesquisadores de regiões ativas. Nesses locais, há uma concentração de energia armazenada na forma de plasma – composto por partículas, principalmente elétrons, confinadas em uma estrutura magnética.
Quando há alguma instabilidade nessa região, ocorre a explosão, originando uma grande emissão de radiação eletromagnética, ejetando partículas para o meio interplanetário.
As explosões solares podem ser fortes o suficiente para atingir a Terra. Neste caso, seus efeitos incluem, por exemplo, bloqueios momentâneos na comunicação por rádio ou interromper o funcionamento de satélites. Ao interagir com a atmosfera, essas explosões também geram as auroras boreais e austrais.