Exposição a inseticidas pode diminuir produção de espermatozóides, diz estudo
Que a exposição a alguns inseticidas traz riscos à saúde humana, muitas pessoas já sabem. Alguns afetam o sistema nervoso, enquanto outros podem irritar a pele ou os olhos. E há também aqueles que podem ser cancerígenos.
Agora, um novo estudo publicado na revista Environmental Health Perspectives demonstrou que eles também podem afetar a produção de espermatozóide em homens adultos. Ou seja, há uma associação entre a exposição a inseticidas e a infertilidade masculina.
Entenda a pesquisa
Primeiramente, a equipe de pesquisadores da Northeastern University, nos EUA, revisou quase cinco décadas de evidências científicas sobre os impactos de inseticidas na saúde. Eles focaram na exposição a duas classes de inseticidas amplamente utilizadas – os organofosforados e os carbamatos de N-metilo.
Geralmente, a exposição a essas substâncias se dá através do consumo de alimentos e água contaminados. Isso porque, como são usados na agricultura, acabam penetrando e contaminando o solo, lençóis freáticos, além de rios e lagos.
Depois, os cientistas também analisaram pesquisas sobre fertilidade masculina e saúde reprodutiva, que indicavam uma tendência de queda na qualidade do sêmen. De acordo com o relatado no estudo, eles encontraram “uma forte associação entre a exposição a inseticidas e a concentração de espermatozoides mais baixa”.
A oligozoospermia, que é a baixa quantidade de espermatozoides no sêmen, é uma condição que pode causar infertilidade masculina.
Os resultados tratam de homens adultos a nível global. Isso porque eles utilizaram dados de pesquisas relacionadas ao tema disponíveis em repositórios mundiais, como PubMed, Scopus e Web of Science.
Além disso, os pesquisadores também utilizaram informações oficiais do governo dos EUA e de ONGs do país.
Segundo os pesquisadores, esta é a revisão mais abrangente até o momento. Eles consideram as informações robustas e relevantes porque os inseticidas são uma preocupação para a saúde pública.
“A evidência disponível atingiu um ponto em que devemos tomar medidas regulatórias para reduzir a exposição a inseticidas”, diz a Dra. Melissa Perry, principal autora do estudo.