Exposição precoce ao chumbo pode adiantar sintomas de demência
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, investigaram as consequências da exposição precoce ao chumbo enfrentada por crianças no passado. Segundo o estudo publicado na revista Science Advances, pessoas que tiveram contato com o elemento químico durante a infância são mais propensas a apresentar sintomas de demência mais cedo.
A equipe usou como base dados do Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria dos EUA, que acompanhou a saúde cerebral de milhares de adultos ao longo de várias décadas. Com isso, os pesquisadores conseguiram identificar onde 1.089 desses indivíduos viveram durante a infância, relacionando as regiões com as vilas e cidades que usavam canos de chumbo e tinham água contaminada no passado.
Segundo os pesquisadores, as pessoas analisadas no estudo que tiveram contato com a água contaminada pelo chumbo apresentavam um pior funcionamento cognitivo aos 72 anos. Isso significa que o grupo teve a capacidade de aprender, processar informações e raciocinar afetada, como se os voluntários em questão fossem oito anos mais velhos.
Entre as décadas de 1960 e 1970, o chumbo não estava presente apenas no sistema de abastecimento das cidades, mas também na gasolina e até mesmo na tinta. As crianças do passado, que hoje têm mais de 60 anos, podem sofrer as consequências, apresentando sinais de demência mais cedo do que o esperado.
O chumbo não é mais utilizado, o que leva as autoridades a considerarem que ele não é mais um problema. Isso não é verdade. O estudo mostra os impactos a longo prazo do elemento, reforçando a necessidade do desenvolvimento de ações para mitigar danos em pessoas de alto risco, que foram expostas ao metal na infância.