Facebook deixa de lado plano de construir drones que fornecem internet para países pobres
O Facebook abandonou uma grande parte do seu projeto Aquila, um esforço em criar drones movidos à energia solar que ofereceriam internet sem fio em países em desenvolvimento, segundo noticia o Business Insider.
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De acordo com a publicação, Yael Maguire, diretor de engenharia do Facebook, escreveu que a companhia se concentrará em “tecnologias de base” por trás do Aquila em vez de fazer sua própria aeronave para o uso na iniciativa, e recentemente a companhia demitiu 16 pessoas envolvidas no projeto:
Aqueles drones estavam sendo feitos pelo projeto Aquila, do Facebook, um esforço global de conectividade altamente divulgado. Agora, em vez de criar as chamadas HAPS (Estações de Plataforma de Alta Altitude), como os drones Aquila, o Facebook vai se concentrar em tecnologias de base.
“Nós decidimos que é o momento certo de se concentrar no próximo conjunto de engenharia e desafios regulatórios para conectividade dos HAPS”, disse Yael Maguire em um post de blog. “Isso significa que nós não desenvolveremos e construiremos nossa própria aeronave e, como resultado, nós fechamos nossa instalação em Bridgewater, no Reino Unido.”
O Aquila, como foi previamente noticiado pelo Business Insider, passou por alguns problemas internos significativos, como a saída do engenheiro Andrew Cox, o aparente abandono de planos de uso de um sistema de pouso usando blocos de kevlar em vez da forma convencional e a desistência da ideia de construir uma base de drones no Novo México — o primeiro dos dois testes publicamente conhecidos do avançado sistema de pouso terminou com muitos danos à aeronave, enquanto o segundo teve mais sucesso, mas ainda teve alguns danos, segundo o Business Insider.
Como apontando pelo The Verge, o Facebook continua os planos do projeto Aquila, mas a empresa quer fazer parcerias com outras companhias, como a Airbus, em vez de fazer seus próprios drones. No post, Maguire escreveu que sua equipe vai se concentrar em melhorar o equipamento de conectividade que pode eventualmente ser carregado em uma aeronave, além de componentes como “computadores de controle de voo e baterias de alta densidade”. Maguire disse ainda que o departamento trabalhará em políticas como “uma proposta na Conferência Mundial de Rádio de 2019 para obter mais espectro para as HAPS” e aprovação de reguladores.
Críticos questionavam se o projeto Aquila havia sido pensado em uma época em que o crescimento do Facebook não tinha atingido tantos entraves e se planos menos grandiosos, como “instalar fibra ou estabelecer uma infraestrutura básica”, não seriam mais realistas e poderiam atingir muito mais pessoas.
O Aquila também fazia parte da iniciativa internet.org, que, no início do ano, o Facebook disse já ter conectado cerca de 100 milhões de pessoas à internet — ou, sendo realista, a uma rede restrita controlada pelo Facebook. O internet.org permite que usuários se conectem à rede por meio do app Free Basics, no qual as pessoas podem navegar por alguns serviços sem serem cobrados.
Embora Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, argumente que um pouco de acesso à internet é melhor que nenhum, o Guardian escreveu que, sem pagar pelo acesso ao Free Basics, o usuário não tem acesso a outra rede social que não seja o Facebook ou serviço de e-mail.
Com o fim dos planos da empresa de fazer sua própria aeronave, ressalta o Business Insider, parcerias como a com a Airbus “serão criticamente importante” para o Facebook.