O Facebook tem poder de escolher quais vídeos podemos ou não assistir

Com o sucesso do Facebook Live, rede se tornou o principal destino dos vídeos mais controversos da atualidade, mas isso pode dar poder demais a Zuckerberg.

Todos os esforços do Facebook para fazer as pessoas usarem cada vez mais a rede social para a divulgação de vídeos está dando resultados, e agora já podemos dizer que é lá que os vídeos mais importantes e controversos do mundo são postados.

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Se por um lado isso premia o árduo trabalho dos funcionários do Facebook, por outro também dá poder até demais para a rede social, que meio que pode escolher quais vídeos controversos nós podemos ver. E foi isso o que aconteceu quando um vídeo de um negro americano sendo morto por um policial foi postado – e temporariamente removido – de lá.

O vídeo de 10 minutos filmado através da plataforma Facebook Live mostrava Philando Castile coberto de sangue após ser baleado por um policial. Gravado por Diamond Reynolds, a namorada de Castile, o vídeo acompanhava a mulher contando o que aconteceu: o policial pediu documentos para Castile, e, enquanto ele procurava pela carteira de identificação, o policial atirou quatro vezes nele. A transmissão ao vivo começou após os disparos. “Meu Deus, por favor não me diga que ele está morto”, dizia Reynolds.

Algumas horas depois da transmissão, quando o vídeo já tinha mais de 1 milhão de visualizações, ele foi removido do ar. Ao The Telegraph, o Facebook disse que uma “falha técnica” causou o seu bloqueio e depois disso ele voltou ao ar – agora com um aviso de conteúdo inapropriado.

Esse episódio é mais um exemplo do poder imenso que o Facebook tem atualmente na hora de decidir o que podemos ou não ver, e como a ferramenta de vídeos ao vivo está aumentando ainda mais a influência dele em nossas vidas. O Motherboard lembra que em abril seis grupos pró-Bernie Sanders, então pré-candidato à presidência dos EUA pelo Partido Democrata, foram bloqueados. O Facebook também é acusado de esconder posts de sites conservadores por ex-funcionários da rede social.

Além disso, um vídeo mostrando o assassinato do videografista Antonio Perkins ficou no ar por decisão do próprio Facebook, que por outro lado escolheu remover um vídeo do simpatizante do Estado Islâmico Larossi Abbala, que se filmou após assassinar duas pessoas na França.

Podemos confiar nas decisões do próprio Facebook sobre o que devemos ou não ver na rede social? É difícil dizer, mas, infelizmente, é isso o que acontece atualmente. Conforme o Facebook se torna mais e mais popular – e vai cumprindo seu objetivo de se tornar a própria internet – ficamos cada vez mais reféns dos seus termos de uso e privacidade, e seu julgamento  seja feito por humanos ou por algoritmos — acaba sendo o definitivo em relação ao que aparece, ou não, para os seus usuários.

[The Telegraph via Motherboard]

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