_Espaço

Falha na sonda Juno faz NASA perder mais de 200 fotos de Júpiter

Pela 2ª vez consecutiva, câmera da Juno apresenta problema que inutilizou maioria das fotos captadas. NASA ainda estuda a origem da falha

Falha na sonda Juno faz NASA perder mais de 200 fotos de Júpiter

Imagem: NASA/Divulgação

A NASA anunciou que a sonda Juno teve uma nova falha em sua câmera principal — e o resultado foi a perda de mais de 200 imagens de Júpiter. O problema ocorreu durante o 48º sobrevoo da sonda sobre o planeta, no último dia 22 de janeiro.

A equipe de engenheiros da agência afirma que a câmera – chamada JunoCam – apresentou um aumento anormal de sua temperatura, após ser ligada durante os preparativos finais para a aproximação de Júpiter.

Segundo a NASA, 214 fotos do planeta que estavam previstas foram inutilizadas. Contudo, apesar do problema, a câmara voltou a funcionar normalmente durante o sobrevoo, e ainda conseguiu produzir 44 imagens de boa qualidade – um quinto do total previsto.

Em dezembro, quatro das 90 imagens tiradas pela câmera também foram perdidas por causa do mesmo problema. Além disso, enquanto o episódio de aquecimento anormal da câmera durou 36 minutos em dezembro, agora ela ficou inoperante por cerca de 23 horas.

Além do aquecimento da câmera, outro problema foi identificado em dezembro na memória da espaçonave, quando ela interrompeu o envio de dados científicos da missão para a Terra. Na época, a NASA explicou que a falha foi ocasionada pela Juno ter passado por uma região com radiação mais intensa. O problema foi resolvido após a sonda ser colocada em modo de segurança e ter reiniciado os seus computadores.

Missão da NASA quase ficou sem câmera

A JunoCam é uma câmera colorida que opera na faixa da luz visível, sendo projetada para captar imagens do topo das nuvens de Júpiter.

Inicialmente, o projeto da sonda não previa a instalação de câmeras, mas a NASA voltou atrás e incluiu a JunoCam, com o objetivo de fazer fotos para fins de engajamento e promoção da missão junto ao público geral. Apesar de ela contribuir com pesquisas sobre o planeta, a câmera não é considerada como um dos instrumentos científicos oficiais da missão.

A câmera foi desenvolvida para funcionar no ambiente de partículas de alta energia ao redor de Júpiter por pelo menos sete órbitas. Porém, ela vinha funcionando perfeitamente por um período seis vezes maior.

A expectativa é que a espaçonave faça sua 49ª passagem por Júpiter no próximo dia 1º de março. Até lá, os engenheiros pretendem deixar a câmera ligada para identificar a origem da anomalia que está fazendo a câmera esquentar.

A Juno está em órbita de Júpiter desde julho de 2016. A missão principal de observar o sistema de nuvens do planeta foi concluída em 2021, com a sonda estando agora em sua missão estendida — o que inclui um maior estudo sobre as luas Ganímedes, Europa e Io, bem como os anéis do planeta. A expectativa da NASA é que ela permaneça funcionando até pelo menos setembro de 2025.

Sair da versão mobile