A febre é o sintoma não respiratório mais comum da Covid-19, quer os pacientes estejam vacinados ou não. A conclusão é de um estudo divulgado na última terça (23) na Conferência Internacional da Sociedade Torácica Americana, evento que aconteceu em em Washington, nos EUA.
A lista de sintomas que uma pessoa infectada pelo vírus Sars-CoV-2 pode apresentar é extensa. Ela inclui tosse, falta de ar ou dificuldade para respirar, cansaço, dores no corpo, dor de cabeça, perda de paladar ou de olfato, dor de garganta, congestão ou corrimento nasal, náusea e diarreia. Além, é claro, da febre.
Portanto, a Covid-19 afeta vários órgãos, embora seja uma doença respiratória. Diante disso, uma equipe de pesquisadores americanos quis determinar quais sintomas se sobressaem nos casos de infecção, ou quais são as partes do corpo mais afetadas pelas diferentes variantes do vírus.
Eles se basearam em registros médicos de 63.454 pacientes diagnosticados com Covid-19 e tratados em um centro médico da Universidade da Califórnia. A equipe analisou estes registros e aplicou testes estatísticos para determinar a relação entre sintomas não respiratórios, estado de vacinação do paciente e diferença na mortalidade entre as infecções pelas variantes ômicron e delta.
“Descobrimos que o risco de desenvolver sintomas não respiratórias da Covid-19 foi estatisticamente maior entre aqueles que não estavam totalmente vacinados, em todas as variantes”, disse Shannon Cotton, que liderou o estudo, em comunicado.
Os problemas cardíacos também se destacaram no conjunto de dados. A equipe descobriu que a incidência de taquicardia, aumento da frequência cardíaca para mais de 100 batimentos por minuto, foi maior entre indivíduos que não estavam totalmente vacinados desde que a ômicron se tornou a variante dominante nos EUA – substituindo a delta, em dezembro de 2021.
O estudo também mostrou que a diabetes e a doença do refluxo gastroesofágico foram características de infecções por ambas as variantes. Assim como a febre, elas não dependiam do estado de vacinação do paciente. Mas os imunizantes fizeram seu papel: “As chances de morrer aumentaram significativamente [entre os pacientes que] não estavam totalmente vacinados”, disse Cotton.