Fim do mistério: NASA desvenda enigma dos raios verdes no céu do Japão
Em 16 de setembro do ano passado, câmeras instaladas próximas ao Monte Fuji, no Japão, captaram enigmáticos raios verdes cruzando o céu. Agora, sete meses após o ocorrido, a NASA finalmente conseguiu desvendar o mistério.
As câmeras com sistema de detecção de movimento foram colocadas pelo astrônomo japonês Daichi Fujii, do Museu da Cidade de Hiratsuka, com o objetivo de monitorar a passagem de meteoros.
Porém, elas também captaram a passagem de rápidos feixes de luz, como pode ser visto no vídeo abaixo:
O fenômeno chamou a atenção do astrônomo e também da NASA. Analisando as imagens e investigando dados orbitais, a agência explicou que as linhas verdes observadas vêm do ICESat-2, um satélite de observação da Terra, lançado em 2018.
O equipamento em órbita usa feixes de raio laser para medir a altura do gelo e da água, a partir do espaço. Ele também é usado para fazer levantamentos topográficos e de características da vegetação sobre o planeta.
NASA diz que observação é rara
Segundo Tony Martino, um cientista envolvido com a missão da NASA, esta é a primeira vez que o laser é visto em imagens, com o satélite parecendo estar diretamente acima da câmera. “Para ver o laser, você precisa estar exatamente no lugar certo, na hora certa e nas condições certas”, afirmou Martino, em comunicado.
Normalmente, o feixe laser é muito difícil de ser fotografado, uma vez que é necessário que a luz reflita em algo para ele ser captado pela câmera. Porém, no dia que o ICESat-2 passou sobre o Japão, o céu estava nublado, com finas nuvens ajudando a espalhar a luz do laser.
O instrumento laser do satélite funciona fazendo disparos 10.000 vezes por segundo, enviando seis feixes de luz para a Terra. Em seguida, ele cronometra quanto tempo os fótons levam para ricochetear na superfície e retornar ao satélite, permitindo calcular precisamente a distância.
Essas medições ajudam calcular as perdas de gelo na Groenlândia e na Antártida, assim como medir quanto dos oceanos polares ainda estão congelados. Ele também pode determinar as alturas dos reservatórios de água doce e mapear regiões costeiras.
O laser é disparado a centenas de quilômetros acima da superfície da Terra, não representando qualquer perigo para as pessoas. “Se alguém ficasse diretamente sob o satélite e olhasse para cima, o laser teria a força de um flash de câmera a mais de 100 metros de distância”, explica o cientista.
Durante a passagem sobre o Monte Fuji, o satélite da NASA estava medindo a altura das nuvens, o terreno montanhoso e o oceano nos arredores do Japão.