Físicos da Universidade de Alberta, no Canadá, e da Universidade Charles, na República Tcheca, publicaram este mês um estudo com cálculos que demonstram: um buraco de minhoca em anel poderia atuar como uma máquina do tempo. Contudo, a má notícia para você, que sonha em fazer uma visitinha ao passado, é que tudo não passa de suposições matemáticas.
Vamos do começo: quem propôs a existência dos buracos de minhoca pela primeira vez foi Albert Einstein e Nathan Rosen, em 1935. Desde então, outros físicos teóricos embarcaram na discussão – pensando, inclusive, em buracos de minhoca com formatos e funcionamento diferentes.
Os buracos de minhoca clássicos são túneis, puramente hipotéticos, entre dois pontos do cosmos. A sua entrada pode ser um buraco negro – um objeto tão denso que “rasga” o tecido do espaço-tempo. Em 2016, físicos propuseram a existência de buracos de minhoca em anel. Eles seriam constituídos por uma cadeia de matéria exótica com energia negativa que deforma o espaço-tempo de modo a criar um portal.
Muitos paradoxos, mas sem contradições
A equipe de físicos afirma que os buracos de minhoca em anel poderiam gerar uma curva temporal se a entrada do túnel estivesse em um campo gravitacional mais intenso do que a saída. Ou seja, se a entrada estivesse próxima a um objeto super denso e massivo, e a saída não.
Os dois lados do túnel experimentariam a passagem do tempo em taxas diferentes. Isso porque, de acordo com a teoria da relatividade geral, o tempo não é absoluto. Ele é a quarta dimensão do nosso Universo, além das três espaciais – e as coisas apoiadas nesse tecido maleável do espaço-tempo o distorcem.
“Existem muitos problemas de paradoxos lógicos, mas matematicamente não há contradições”, disse Andrei Zelnikov, da Universidade de Alberta, à New Scientist. Há também, claro, todos os impasses práticos que você possa imaginar. Tudo isso, de novo, são exercícios teóricos de cientistas que estudam e dobram as leis do espaço-tempo para criar coisas tão legais quanto essa máquina do tempo imaginária.