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Físicos determinam como viajar no tempo com um buraco de minhoca

Cálculos demonstram que é possível usar um buraco de minhoca em anel não só como um portal no espaço, mas também no tempo

Físicos determinam como viajar no tempo com um buraco de minhoca

Imagem: Kristof Wesely/Wikimedia Commons

Físicos da Universidade de Alberta, no Canadá, e da Universidade Charles, na República Tcheca, publicaram este mês um estudo com cálculos que demonstram: um buraco de minhoca em anel poderia atuar como uma máquina do tempo. Contudo, a má notícia para você, que sonha em fazer uma visitinha ao passado, é que tudo não passa de suposições matemáticas.

Vamos do começo: quem propôs a existência dos buracos de minhoca pela primeira vez foi Albert Einstein e Nathan Rosen, em 1935. Desde então, outros físicos teóricos embarcaram na discussão – pensando, inclusive, em buracos de minhoca com formatos e funcionamento diferentes.

Os buracos de minhoca clássicos são túneis, puramente hipotéticos, entre dois pontos do cosmos. A sua entrada pode ser um buraco negro – um objeto tão denso que “rasga” o tecido do espaço-tempo. Em 2016, físicos propuseram a existência de buracos de minhoca em anel. Eles seriam constituídos por uma cadeia de matéria exótica com energia negativa que deforma o espaço-tempo de modo a criar um portal.

Muitos paradoxos, mas sem contradições

A equipe de físicos afirma que os buracos de minhoca em anel poderiam gerar uma curva temporal se a entrada do túnel estivesse em um campo gravitacional mais intenso do que a saída. Ou seja, se a entrada estivesse próxima a um objeto super denso e massivo, e a saída não. 

Os dois lados do túnel experimentariam a passagem do tempo em taxas diferentes. Isso porque, de acordo com a teoria da relatividade geral, o tempo não é absoluto. Ele é a quarta dimensão do nosso Universo, além das três espaciais – e as coisas apoiadas nesse tecido maleável do espaço-tempo o distorcem. 

“Existem muitos problemas de paradoxos lógicos, mas matematicamente não há contradições”, disse Andrei Zelnikov, da Universidade de Alberta, à New Scientist. Há também, claro, todos os impasses práticos que você possa imaginar. Tudo isso, de novo, são exercícios teóricos de cientistas que estudam e dobram as leis do espaço-tempo para criar coisas tão legais quanto essa máquina do tempo imaginária.

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