Foguete brasileiro deve ser lançado em 2024, diz presidente da Agência Espacial Brasileira
O Brasil deve inaugurar um novo foguete de sondagem no próximo ano. Pelo menos, é o que afirma Marco Antonio Chamon, novo e atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), instituição responsável pela coordenação do programa espacial no país.
Marco esclarece que este novo foguete brasileiro — o VS-50 — é um veículo do tipo suborbital, porque ele não chega a atingir a órbita “Seu voo tem a forma de uma parábola: ultrapassa o limite teórico da atmosfera terrestre [100 quilômetros acima do nível do mar] e volta”, disse à revista da Fapesp.
A ideia, de acordo com o gestor, é a realização de diversos experimentos em microgravidade. Além disso, se for bem sucedido, poderá ser usado para a construção do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), pois ambos usam o mesmo motor.
O VS-50 foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e pela Agência Espacial Alemã (DLR).
O Brasil (IAE) ficou responsável desenvolvimento dos motores S50 e S44, pelo sistema de navegação reserva. Além disso, pela infraestrutura para o lançamento e segurança de voo e pela gestão da documentação dos projetos. O desenvolvimento e qualificação dos demais sistemas ficaram sob responsabilidade da Alemanha (DLR).
Além do foguete VS-50: o que esperar da pesquisa espacial em 2024
Na entrevista, Marco lembrou que há 20 anos o Brasil tinha o mesmo patamar espacial que outros países como Índia e China, mas essas nações desenvolveram sua pesquisa espacial mais rapidamente que o Brasil.
“Passamos por épocas de baixo investimento e a continuidade se tornou difícil. Como havia limitações do orçamento, certas áreas do programa espacial ficaram paradas – e isso atrapalhou”, afirmou.
Mas a expectativa é que as coisas melhorem: “A boa notícia é de que há indícios de que as coisas podem melhorar, porque o programa espacial é importante para o governo”, disse.
Para 2024, também está previsto o lançamento de outro foguete suborbital. O VS-30, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.
“Um voo suborbital provê um ambiente de microgravidade de alguns minutos e pode ser utilizado para os estudos científicos de fenômenos físicos, químicos e biológicos. Tais como crescimento de cristais, aquecimento ou resfriamento de materiais e estresse em culturas biológicas”, disse à Fapesp.
A expectativa também é que a participação do setor privado aumente. A ideia, segundo Marco, é mobilizar principalmente as empresas pequenas, que tendem a ser mais ágeis e inovadoras.