Testei os fones de ouvido por condução óssea e a experiência é meio esquisita
XANGAI* — Você certamente sabe como o som é gerado, mas geralmente não pensa sobre isso – é uma daquelas coisas que está no modo piloto automático do cérebro. Porém, se você usar um fone de ouvido por condução óssea, se lembrará o tempo todo que o som é vibração. Isso porque é meio esquisito ouvir música usando um negócio desses.
Tive a oportunidade de testar por alguns minutos os fones de ouvido por condução óssea da chinesa AfterShokz, em um estande da CES Asia, em Xangai. Basicamente, os fones funcionam ao enviar vibrações diretamente para sua mandíbula, conduzindo as ondas para os seus ouvidos.
Para quê alguém iria querer isso? Os representantes da empresa argumentam que essa tecnologia proporciona uma experiência mais segura, principalmente durante a prática de atividades físicas na rua – afinal, os seus ouvidos ficam totalmente livres.
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Outro ponto importante é que, ao contrário dos fones de ouvido tradicionais, que jogam ondas sonoras diretamente no ouvido, essa tecnologia não danifica a audição no longo prazo.
E é justamente o fato de seus ouvidos estarem livres que a experiência é esquisita. Eu estava em um pavilhão barulhento da feira e muita informação estava indo até os meus ouvidos: o representante que me explicava como o produto funciona, a música ambiente de um estande ao lado, o barulho das pessoas conversando e a música que tocava passando diretamente pelos meus ossos, que vibraram de um jeito até engraçado. Quanto mais eu aumentava o volume dos fones, mais forte ficava a vibração na minha cabeça – é esquisito, mas não é tão desagradável quanto parece.
Em termos de qualidade de som, esses fones não impressionam (não espere por fortes graves). O representante da empresa me garantiu, porém, que desde o primeiro modelo, lançado em 2012, a fidelidade de áudio melhorou consideravelmente.
Com fones de ouvido com tecnologia de cancelamento de ruído e toda uma parafernália para te isolar do mundo, pode parecer estranho uma empresa ir na contramão.
No entanto, como os próprios materiais promocionais da empresa indicam, esses fones são para pessoas que praticam atividades físicas ao ar livre e querem estar atentas ao que está acontecendo ao redor – super útil para ciclistas, por exemplo. Ah, os modelos são flexíveis e a prova d’água, então dá para nadar ouvido música.
Há diversos modelos desses fones: com fio, sem fio, com bluetooth, com função MP3 embutida, etc. O que eu testei foi o Trekz Air, que custa US$ 120 na loja online americana da companhia. Há modelos mais em conta, a partir de US$ 40. Eles também são vendidos em sites de importação chineses.
*O jornalista viajou para Xangai (China) a convite da CTA, empresa que organiza a CES.