A Formula 1 está trabalhando em ideias de como garantir a realização de corridas automobilísticas em dias de chuva. Entre as opções em discussão está usar algo bem simples: os bons e velhos para-lamas.
Até então, os pilotos vêm sofrendo com a falta de visibilidade quando há água na pista. O problema ficou ainda pior a partir de 2017, quando foram introduzidas as mudanças que aumentaram as larguras dos pneus – o que também ajudou a aumentar a quantidade de água que um carro espirra no outro.
A questão da chuva se tornou mais evidente durante o GP da Bélgica, do ano passado. Ela teve que ser atrasada em mais de três horas, teve apenas três voltas e terminou com a polêmica distribuição de pontos — dando vitória ao holandês Max Verstappen.
Com os para-lamas, a Fórmula 1 poderia dar fim às paralisações, voltas atrás do Safety Car ou mesmo cancelamentos de corridas por conta da chuva forte. Isso também aumentaria a segurança da competição, evitando o que aconteceu na GP do Japão deste ano – quando Carlos Sainz bateu sua Ferrari sozinho, por conta da pista extremamente molhada.
Segundo Nicholas Tombazis, diretor técnico da F1, o para-lama deve ser testado já na próxima temporada, e oficializado a partir de 2024. A ideia é usar uma espécie de cobertura removível em forma de arco sobre as rodas, que seria usada apenas quando necessária. “Os para-lamas só serão instalados algumas vezes por ano, talvez três. Não quero que aconteça toda vez que uma gota de chuva cai”, disse Tombazis ao Motorpasión.
O conceito foi divulgado pelo ilustrador e analista técnico da F1, Rosario Giuliana, por meio de uma publicação no Twitter:
Wheel covers on the rear wheels to increase visibility in case of rain for those following. This is the idea that would underlie the discussion desk of the FIA technical office. FIA is looking for ideas to prevent this from happening. #f1tech#f1 1/2 pic.twitter.com/pFAxDSzIxJ
— Rosario Giuliana | rosf1design (@RosarioGiuliana) November 24, 2022
Na prática, o para-lama ajudaria a fazer com que a água levantada pelas rodas fique mais próxima do solo, evitando que ela forme uma nuvem que impeça a visibilidade do piloto que vem logo atrás.
As primeiras simulações têm sido promissoras. Porém, Tombazis ressalta que eles não serão fáceis de instalar, exigindo que a corrida seja interrompida com bandeira vermelha para colocar os para-lamas nas garagens. Ou seja, nada de pit stop.
Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.
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