Em 1896, cientistas encontraram nos Estados Unidos fósseis do que era, até então, um ser misterioso. O possível animal tinha um formato similar ao de uma estrela do mar, mas, aparentemente, nunca havia sido descrito pela ciência.
Após algumas análises, os pesquisadores concluíram que se tratava dos restos de uma antiga água-viva com tentáculos, que recebeu o nome de Brooksella alternata.
A constatação caiu por terra pouco tempo depois. Enquanto alguns cientistas defendiam que os fósseis pertenciam, na verdade, a esponjas-de-vidro, outros atribuíam os restos a antigos vermes escavadores.
Ao que parece, nenhum deles estava correto. Um estudo recém publicado na revista científica PeerJ sugere que o fóssil sequer é um ser vivo, mas sim uma formação incomum de sílica – partícula mineral natural capaz de se fundir para formar estruturas esféricas, cúbicas ou hexagonais.
Os cientistas utilizaram imagens 3D de alta resolução e análises químicas para chegar à conclusão. Então, notaram que a “boca” do fóssil estava voltava para baixo, o que não faz sentido para esponjas, já que ficaria mais difícil filtrar alimentos do oceano.
Tal detalhe poderia remeter as estrelas-do-mar, mas há um problema. Esses animais dominaram a Terra há 480 milhões de anos, sendo que os fósseis estavam em uma formação de 500 milhões de anos. As idades, portanto, não batem.
Também não faz sentido atribuir os fósseis aos vermes escavadores. Como explicou o Science Alert, estes seres estavam presentes na Terra durante o Cambriano Médio, mas não há provas de que eles produzissem lóbulos em forma de estrela.
A Brooksella, no entanto, foi comparada a outras formações de sílica e se mostrou compatível. Por outro lado, a equipe ainda não conseguiu explicar por que tantas amostras com esse mesmo formato foram encontradas nesta região.
Os cientistas devem focar no futuro no estudo da região e das condições que levaram a formação dessas estrelas de pedra.