Paleontólogos encontraram uma ossada de preguiça gigante com o fóssil de um feto em sua barriga na Gruta de Maquiné, em Minas Gerais. A descoberta rara aconteceu há 40 anos. Mas o professor e pesquisador Cástor Cartelle Guerra, do Museu de Ciências Naturais da PUC-Minas, só revelou esta semana.
Cástor contou ao G1 que a preservação do feto é “extraordinária” e que só agora ele conseguiu concluir a pesquisa, que começou na década de 1980. Segundo o pesquisador, a mãe preguiça tinha seis metros de comprimento, e o feto tinha 25 centímetros.
É a primeira vez que um registro como este é feito no Brasil. Cástor ainda publicará um estudo descrevendo os fósseis em uma revista científica.
A preguiça e seu filhote são da espécie Nothrotherium maquinense, descoberta por Peter Lund, dinamarquês que se mudou para o sudeste brasileiro em 1833. Considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil, Lund descobriu um fóssil desta preguiça na Gruta de Maquiné – daí o nome da espécie.
A N. maquinense teria vivido no Brasil há mais de 20 mil anos. Além dela, outras espécies de preguiças extintas que conhecemos são a Eremotherium laurillardi (a única que viveu no Nordeste) e Megatherium americanum (que alcançava quatro toneladas e seis metros de comprimento).
Em abril de 2019, Cástor Guerra também descobriu 200 fósseis que revelaram a existência de uma nova espécie: a Glossotherium phoenesis, que teria habitado terras do Brasil à Venezuela.