Saíram hoje nos principais sites internacionais as primeiras análises dos novos Androids super poderosos da HTC, o topo de linha One X e seu irmão pequeno-mas-bom-de-briga, o One S. As opiniões dos jornalistas são bem positivas de modo que, se você estiver pensando em comprar o melhor Android do momento, é bom refazer as suas pesquisas e incluir a dupla de Taiwan na briga.
One X
Corpo de policarbonato
O novo Android a ser batido, considerando as opiniões de quem já pôs as mãos no One X. O aparelho é grande com sua tela de 4,7″ e corpo de policarbonato (como os Lumia 800 e 900, da Nokia), tem o vidro levemente curvado como o Galaxy Nexus e é confortável de ser segurado, como nos conta Myriam Joire, do Engadget: “Alguns contornos consideráveis ao longo do corpo [do One X] fazem com que mesmo apesar do perfil de 8,9mm (e da tela de 4,7″) ele sempre parecesse seguro na empunhadura.” Mas há ressalvas; Natasha Lomas, do CNet, alerta que pessoas com mãos pequenas e desejos modestos devem ficar longe. Sob todos os aspectos, o One X é um smartphone grandioso.
Opinião unânime entre os que já testaram, o One X é bonito. No Verge, Chris Ziegler resume bem essa sensação:
“Se um celular fosse julgado pelo seu design e materiais somente, o One X seria um vencedor instantâneo antes mesmo de eu ligá-lo. Não é exagero no quão bonito esse dispositivo é: ele parece (e passa a sensação) de ser o ápice de tudo o que a HTC aprendeu ao longo dos anos sobre a forma com que seus clientes usando seus celulares e também faz um bom trabalho em segurar o hardware robusto que guarda. Eu imagino que fazer um celular parecer ‘razoável’ tem sido mais e mais difícil na medida em que a tela aumenta, mas não há nada desajeitado ou esquisito no One X — ele é simplesmente um celular espetacular de cima a baixo.”
Tegra 3 e bateria
O One X em versão internacional/sem LTE é o primeiro smartphone com Tegra 3, da NVIDIA — 4+1 núcleos que prometem muito desempenho. O Engadget estressou o aparelho e embora tenha gostado do seu desempenho sob pressão, notou que “para pra pensar” quando o multitasking é acionado em situações que exigem muito, como games pesados e vídeos. Em números absolutos ele perde em vários testes para o One S (Snapdragon S4, dual-core), mas há outros fatores que devem ser levados em conta, como a resolução da tela, bem maior aqui.
Com grandes poderes vem, geralmente, uma autonomia baixa. Com o One X as opiniões são mistas. O Engadget não gostou da autonomia, já o Slashgear, cuja análise foi redigida por Chris Davies, aprovou — ele afirma ter conseguido 12h com atividades comuns em um smartphone. No Verge a princípio a bateria assustou negativamente, mas após uma atualização liberada pela HTC, os índices chegaram a bons patamares — o Chris diz ter conseguido 13h38 de uso normal.
A melhor tela de celular já feita
O grande destaque entre tantas características boas do One X parece ser, mesmo, a tela. 4,7″, Super LCD 2 e resolução de 1280×720 formam uma mistura imbatível. “Brilhante e vívida, com um grande ângulo de visão e livre das por vezes cores super saturadas vistas em telas AMOLED, ela flutua de forma bela dentro do painel Gorilla Glass”, diz o Slashgear. O Verge já manda sem cerimônias:
“A tela do One X é, sem um pingo de exagero, a melhor que eu já vi em um celular. Ponto. Sério, estou me esforçando para encontrar uma falha nela de qualquer espécie.”
Para o Cnet, nem tudo são flores, porém. Natasha reclama do excesso de sensibilidade dos botões táteis (três, no rodapé) e de um “pequeno atraso antes que ele [One X] entenda seus toques” na tela. Outros problemas relatados são a finura das bordas que leva a toques indesejados e um efeito de partes descoloridas que seguem o dedo meio esquisito que, na real, não entendi direito como funciona e não vi ninguém mais reclamar.
Câmera
Com um monte de tecnologias e sistemas próprios, a câmera do One X não entrega resultados tão bonitos quanto o de aparelhos dedicados à tarefa (Nokia N8, HTC Amaze 4G), mas dá um banho em recursos e versatilidade. O Engadget exalta a abertura de f/2.0 e lamenta a ausência de um botão físico de dois estágios dedicado a fotos, mas no geral acha bem satisfatórios os resultados obtidos pela câmera e se impressiona com a velocidade — pronta para disparar em 0,7s.
A ImageSense, camada de software da HTC para a câmera, é, segundo o Verge, a melhor e mais fácil de usar em todo o universo Android, rivalizando com a do iPhone 4S. Chris destaca a junção dos botões de foto e vídeo em um único viewfinder, bem como a habilidade de se tirar fotos enquanto filma, algo inédito em smartphones.
No que diz respeito à qualidade, houve certa decepção, não tanto pela qualidade das imagens geradas pela câmera de 8 MP retroiluminada, mas mais pelas promessas da HTC — quanto maior a expectativa, maior o tombo. As fotos são bem boas, mas para um celular; com crop em 100%, não chega a rivalizar com uma câmera compacta dedicada. O mesmo vale para o vídeo (1080p a 30 fps com foco automático).
Sense 4
Aqui ficam as maiores discórdias do One X. A Sense 4 mudou bastante em relação às versões anteriores — é menos intrusiva e mais leve, mas não é só alegria. Como coloca o Engadget:
“Não é que a Sense 4 seja uma skin completa e perfeita para o Android. Mas ela faz um trabalho muito melhor em entender o espírito do Android limpo e realmente se esforça para emular o sistema em vez de jogar o design e aspirações do Google pela janela. O objetivo da HTC era fazer a nova Sense mais leve e menos penosa para o resto da plataforma e podemos dizer que em grande parte ela conseguiu.”
No Verge, há reclamações sobre pequenas mudanças sem sentido que, embora não atrapalhem, não têm razão de ser. O que, no geral, acaba não sendo algo muito bom:
“E deixe-me ser claro aqui, não há nenhuma deficiência visível no design da Sense 4, mas sim uma série de pequenos (e em alguns casos triviais) erros que, combinados, depreciam a experiência como um todo.”
Conclusão
Todos adoraram o One X e ressaltaram basicamente as mesmas características: tela soberba, câmera rápida, qualidade de materiais excelente. Mas há considerações a serem feitas.
Engadget e Cnet criticaram a bateria e o desempenho do Tegra 3. No primeiro:
Ainda que o uso real seja incrivelmente rápido e suave, ficamos surpresos com o desempenho levemente pior no nossos benchmarks do Tegra 3 do One X em relação ao dual-core Snapdragon S4 do One S. A autonomia da bateria é de longe a nossa maior preocupação e esperamos mesmo que a HTC corrija isso futuramente via atualizações de software.”
No Verge, a Sense parece mesmo ter incomodado o Chris — 2/3 da conclusão dele é de reclamações sobre a interface. Mas ele encerra otimista:
“E mesmo sem qualquer modificação que seja, o One X não é só um dos melhores smartphones Android que já usei — é um dos melhores dispositivos móveis que já experimente, ponto. Sério, a HTC fez algo muito especial com essa linha One e tenho confiança de que Peter Chou e sua empresa voltaram aos trilhos.”
Para ler todos os reviews do One X, clique nos links ao lado. [The Verge, Engadget, CNet, Slashgear]
One S
Tela PenTile
O irmão menor da linha One não é assim tão menor. O tamanho é bem próximo do do One X, mas a tela, não — aqui são 4,3″. E é a tela, aparentemente, o que mais desagradou. Com resolução qHD (540×960) e tecnologia Super AMOLED, ela é uma tela PenTile. Vlad Savov explica o porquê disso ser ruim:
“‘Pentile’ virou um palavrão nesse segmento porque ela descreve uma prática bem obscura: usar um arranjo de subpixels RGBG (vermelho, verde, azul, verde) em vez do padrão RGB para construir telas mais baratas, mas também de menor qualidade. O maior problema com o RGBG é que você tem uma dispersão de cores em bordas de alto contraste (p. ex., texto branco sobre fundo preto), o que tende a complicar a exibição de bordas definidas e detalhes menores.”
Veja na prática:
Material de satélite na construção
Se na tela a coisa complica, o material usado na construção chama a atenção. O processo de oxidação do micro arco passa por calor e descargas elétricas e recebe uma camada cerâmica para culminar no, segundo a HTC, material mais resistente do mercado para smartphones. Com um perfil finíssimo (7,8mm), ele não é tão menor, como já dito, em relação ao One X. No Verge, Vlad comenta que o acabamento ultrarresistente não é tão acolhedor e convidativo quanto o de policarbonato do One X, mas não nega que o One S seja bom de segurar:
“Você talvez não morra de amores pela superfície metálica e algumas das suas bordas, mas não dá para negar que a ergonomia é tão boa quanto se poderia esperar de dispositivos de 4″ e menores.”
Ainda na parte ergonômica, a bateria é selada (como a do One X) e o micro-SIM fica na parte de cima da traseira, que segundo as análises é bem difícil de abrir.
Snapdragon S4 e bateria
O processador dual-core de 1,5 GHz da Qualcomm, o Snapdragon S4, faz bonito e sai fica à frente na maioria dos benchmarks. Engadget e The Verge ressaltam que há fatores que tornam a comparação com o quad-core do One X injusta, mas afirmam que não tem para nenhum outro do mercado: este é o Android dual-core mais rápido no momento.
Com uma bateria de 1650 mAh, todos se surpreenderam com a sua autonomia. O Engadget testou o One S rodando um vídeo em loop e conseguiu 8h antes que ele pedisse água — 2,5h a mais que o One X. O Slashgear conseguiu passar um dia inteiro navegando, tirando fotos e enviando-as em segundo plano para a nuvem via Google+ numa boa, com carga de sobra.
Conclusão
O destaque do modelo é, de certo, seu acabamento diferente. Outras vantagens compartilhadas com o One X, como câmera e Sense UI, também foram exaltadas. Mas, claro, há críticas.
Nas conclusões, mais similaridades com o One X. A Sense 4 foi novamente criticada no Verge, e com dureza: ele recomenda Galaxy Nexus e iPhone 4S como melhores alternativas dada a pureza do ICS no primeiro. Entre os dois, claro, o One X é melhor, mas tem seu custo por isso. O Engadget afirma que o One S não ficará na sombra do irmão mais velho e desempenhará um papel importante dentro da HTC em 2012.
Clique nos links ao lado para ler todos os reviews do One S. [The Verge, Engadget, Slashgear]